Política energética prioriza fontes polêmicas
A Casa Branca anunciou sua nova política energética nesta quarta-feira (3) afirmando que irá buscar a independência do petróleo estrangeiro e criar uma economia de energias limpas que deve incrementar a formação de postos de trabalho. Mas analistas vêem nas novas medidas uma forma de ganhar apoio dos estados agrícolas e produtores de carvão para que sejam aprovadas as novas legislações climáticas e energéticas, que estão emperradas no Senado.
Entre as iniciativas divulgadas está a criação de uma força-tarefa que irá buscar maneiras de capturar e armazenar carbono (CCS, sigla em inglês) de termoelétricas. O desenvolvimento e implementação de tecnologias de carvão limpo, particularmente de CCS, ajudará os Estados Unidos a consolidar uma posição de líder na corrida pelas energias limpas, declarou a Casa Branca.
O Departamento de Energia irá investir mais de US$ 4 bilhões em CCS e o setor privado deve colaborar com mais US$ 7 bilhões em projetos espalhados por nove estados.
Sobre biocombustíveis, o Departamento de Agricultura planeja iniciar um programa de financiamento para o desenvolvimento de um sistema de plantio, coleta, armazenamento e transporte de biomassa.
Obama reforçou o apoio ao etanol de milho e ordenou para a já existente força-tarefa de biocombustíveis, liderada pelo Secretário de Agricultura Tom Vilsack, pelo Secretário de Energia Steven Chu e pela presidente da Agência de Proteção Ambiental (EPA) Lisa Jackson, que busque incentivar o setor.
No primeiro relatório desta força-tarefa, divulgado também nesta quarta-feira (3), ficou demonstrado que no ritmo atual será difícil produzir os 36 bilhões de galões anuais até 2022, volume traçado como meta pelo Congresso norte-americano.
O grupo aconselhou uma maior ajuda para a indústria de biocombustíveis, com a combinação de investimentos governamentais e do setor privado. Também recomendou ao setor automobilístico que busque as tecnologias de carros flex, que utilizam gasolina e etanol ao mesmo tempo.
Ambientalistas e alguns grupos científicos criticaram a política de biocombustíveis norte-americana, que segundo eles pode causar o aumento do preço de alimentos e no quadro geral significar muito pouco na redução de emissões de gases do efeito estufa.
Já a energia nuclear teve um aumento na participação do orçamento de 2011, com o Departamento de Energia triplicando suas garantias de financiamento.
Em janeiro, a Casa Branca já havia anunciado o apoio ao setor nuclear, incentivando a construção de usinas pela primeira vez em anos. Há muito tempo não construímos uma usina nuclear neste país, mas queremos trabalhar com o setor para fazer isto acontecer em um futuro não tão distante, afirmou a principal conselheira energética e climática do presidente Barack Obama, Carol Browner.
Apesar de muitas das novas propostas energéticas aparentemente visarem à conquista de apoio dos Republicanos para a aprovação da lei climática e energética, Obama afirma que elas serão fundamentais para a economia do país.
Eu acredito que as energias limpas serão a principal força motriz da nossa economia. É de onde conseguiremos criar mais empregos. É por isso que estamos fazendo investimentos históricos nesse setor ano após ano, declarou Obama.
(CarbonoBrasil)
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