Em Israel, casas terão de ter filtros contra ataques químicos

Data: 08/01/2010

Em Israel, casas terão de ter filtros contra ataques químicos


A decisão do governo se baseia no pressuposto de que, em uma próxima guerra, todo o território do país poderá estar ameaçado por mísseis químicos.

Os filtros deverão ser instalados nos chamados "quartos seguros" das casas. A construção de um espaço seguro em cada apartamento, com paredes reforçadas e portas e janelas de ferro, se tornou obrigatória em Israel desde a primeira Guerra do Golfo, em 1991.

A instalação de filtros nos apartamentos custará no mínimo 7 mil shekels (a moeda local), o equivalente a cerca de R$3,5 mil reais. Mas os mais sofisticados poderão ser ainda mais caros e chegar custar a dezenas de milhares de shekels.

A obrigatoriedade da instalação dos filtros deverá gerar um aumento no preço de novos imóveis.

Preocupação

Nos últimos dias, o governo de Israel tomou algumas decisões que indicam uma preocupação sobre possíveis ataques com armamentos não-convencionais contra o país

De acordo com o vice-ministro da Defesa, Matan Vilnai, “identificamos a ameaça de armas químicas principalmente da direção da Síria”.

“Não podemos assumir o risco, pois os danos podem ser grandes e nos preparamos para todos os cenários possíveis”, afirmou Vilnai.

Na semana passada, o governo também decidiu distribuir máscaras de gás a todos os habitantes do país. A distribuição será feita por intermédio das agências dos correios.

As autoridades determinaram ainda a aceleração da fabricação das máscaras e verbas adicionais foram direcionadas para a intensificação da produção.

A operação de distribuição das máscaras deverá começar em fevereiro.

Segundo o jornal Haaretz, a decisão se baseia em uma preocupação com uma “possível escalada nas diversas frentes” - Síria, Hezbollah, Hamas e Irã - que poderá envolver o lançamento de mísseis contra Israel.

Precaução

Essa não é a primeira vez que o governo israelense decide distribuir máscaras de gás para a população. Essa medida já foi tomada em duas ocasiões anteriores.

A primeira ocorreu no final de 1990, antes da primeira Guerra do Golfo, quando havia um risco iminente de ataques iraquianos contra Israel.

Durante aquela guerra, o Iraque lançou cerca de 45 mísseis contra Israel, a maioria deles atingiu a região de Tel Aviv. Embora nenhum míssil químico tenha atingido o país durante o conflito, a população usou as máscaras durante um mês e meio.

A segunda distribuição ocorreu antes da invasão do Iraque pelas tropas americanas, em 2003, mesmo sem ataques contra Israel.

Além do risco de ataques químicos, o governo israelense tambem se prepara para possíveis ataques com armas biológicas.

Na próxima semana será realizada a maior simulação de um ataque biológico da história do país.

O exercício será realizado nas grandes cidades do centro de Israel – Tel Aviv, Ramat Gan e Holon – e testará a atuação do sistema de saúde, do Comando da Retaguarda e das forças de salvamento no caso de um desastre biológico.

Durante a atividade, as equipes deverão simular o atendimento a uma grande quantidade de pessoas supostamente expostas às armas biológicas.

Os hospitais públicos e as clínicas dos diversos serviços de saúde do país deverão participar das simulações.



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