Esquistossomose contamina quatro milhões de pessoas no Brasil

Data: 30/09/2008

Esquistossomose contamina quatro milhões de pessoas no Brasil


Uma doença que no século passado era comum apenas nas zonas rurais do país já atinge mais de 80% das áreas urbanas. O caramujo responsável pela transmissão da esquistossomose é pequeno, em forma de espiral e é facilmente encontrado em águas não-tratadas, como lagoas, rios e riachos.

A esquistossomose provoca, em até oito semanas, febre, calafrio, dor de cabeça, dores abdominais, falta de fome, náusea, vômito e tosse seca. Ela aumenta também a barriga, provocando o que se conhece como “barriga d’água”.

O diretor da Fundação Oswaldo Cruz na Bahia, Mitermayer Reis, é um dos maiores especialistas do Brasil em esquistossomose. Ele mesmo já teve a doença, que se for descoberta cedo tem tratamento rápido.

“Você se infecta com a esquistossomose no momento em que você coloca o seu pé ou a sua mão ou entra em contato com a água que tem o caramujo infectado”, explica o diretor da Fiocruz-BA, Mitermayer Reis.

A esquistossomose esteve durante muito tempo associada à área rural de todo o país. Mas o processo de migração do campo para a cidade fez com que essa situação se modificasse.

Muita gente, que veio em busca de emprego e de melhores condições de vida, chegou contaminada principalmente à periferia, onde há carência de saneamento básico. O contato com as fontes d’água provocou uma explosão de casos na zona urbana.

Bahia, Minas Gerais e Pernambuco concentram 70% dos casos. Mas a doença também está em cidades como Campinas, em São Paulo e até em capitais do Sul do país, como Porto Alegre. Os números são subestimados, segundo o pesquisador Mitermayer Reis.

Ele defende um levantamento nacional para quantificar e tratar os doentes. "Fazer exames dessas pessoas que estão vivendo ou trabalhando em torno dessa área e se identificar casos positivos, tratar esses indivíduos”, conclui.



< voltar