Panorama do saneamento no Brasil favorece entrada de estrangeiras

Data: 09/12/2009
Perspectiva otimista para o setor nos próximos é lançada na assembleia da Federação Internacional dos Operadores de Água (Aquafed), que divulgou dados globais do Banco Mundial sobre as empresas da área

"O crescimento da demanda no setor de infraestrutura pode trazer para cá empresas de outros países". A afirmação é de Yves Besse, presidente da Abcon - Associação Brasileira das Concessionárias de Serviços Públicos de Água e Esgoto, que recebeu nesta manhã na sede da entidade membros da Aquafed, a federação internacional de operadores de água. O órgão mundial realizou sua última assembleia do ano e discutiu o panorama do saneamento básico no Brasil e no mundo.

Citando dados do Exame da Participação do Setor Privado na Provisão dos Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário no Brasil - Estudo PSP Brasil, liderado pelo Ministério das Cidades e pelo Grupo PSP Brasil (que congrega todas as entidades do setor) -, Yves mostrou que desenvolvimento da iniciativa privada no saneamento básico foi nítido. "Em 2007, as empresas privadas passaram a atender 10% da população urbana brasileira. Doze anos atrás, em 1995, o índice era zero". A porcentagem é superior à média mundial, que fica em 7% da população urbana.

Segundo Besse, porém, a boa fase do setor não dá margens para empresas brasileiras cogitarem expandir seus empreendimentos para outros países - como, por exemplo, nas regiões do sudeste asiático e Oceania, onde a população urbana atendida por concessionárias gira em torno dos 50 milhões. "Aqui no Brasil, os operadores privados ainda estão se consolidando no mercado", ponderou. "Há um prazo de cinco anos para os contratos amadurecerem. O marco regulatório do setor também é muito recente, portanto acredito que, por volta de 2013, nossas empresas já possam levar a outros países sua expertise em realizar todo o processo de pesquisa de rede e um minucioso plano de metas", afirmou.

Avanço qualitativo do privado é tendência mundial
Ao analisar a evolução dos serviços prestados por operadores privados em escala global, o presidente da Aquafed Gerard Payen constatou uma evolução semelhante à registrada pelos números do Estudo PSP. "Segundo dados do Banco Mundial - que coletou informações dos contratos com maior volume de atendimento - em menos de dez anos, as principais empresas expandiram o acesso a água potável de 41 milhões para 72 milhões de pessoas", apontou.

As coincidências não param por aí. "Em linhas gerais, o Banco Mundial verificou que os operadores privados reduzem as perdas de água potável e promovem melhorias nos serviços prestados na utilização de água", crava Payen. Por sua vez, a opinião pública coletada pelo Estudo PSP foi igualmente positiva: 48% dos entrevistados sentiram melhora na cobertura de água e esgoto; para 60%, a tarifa aplicada pelas privadas está mais em conta em relação à renda doméstica; e, em média, os entrevistados concederam nota entre 3,1 e 3,9 para os serviços de água e esgoto (escala de 1 a 5).

Mais Informações
Caio Martins (caio@rlcpress.com.br)
11 3673-4452
Ana Rizzo (ana.rizzo@abcon.com.br)
11 3165-6151

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