Cientista considera que acordo climático será uma catástrofe
James Hansen, diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da NASA, disse ao jornal britânico The Guardian que o acordo que virá da COP15 terá tantas falhas que seria melhor começar a desenhar um completamente novo. Espero que as pessoas não aceitem isso como sendo o caminho certo, porque é uma catástrofe completa, acredita ele. A abordagem toda está tão errada, que é melhor reavaliar toda a situação. Se o acordo será algo como o Protocolo de Kyoto, então as pessoas passarão anos tentando determinar o que isso realmente significa, completa.
De acordo com Hansen, as mudanças climáticas não deixam espaço para que o mundo seja governado de acordo com os compromissos dos políticos no poder. Ele diz que o problema que a humanidade encara hoje é como a escravidão nos tempos de Abraham Lincoln ou o nazismo enfrentado por Winston Churchill. Não cabem compromissos nesses tipos de assuntos. Não dá para dizer apenas: vamos reduzir a escravidão, portanto vamos nos comprometer em reduzi-la em 50% ou 40%.
O cientista acredita que faltam líderes com a capacidade de encarar o problema e dizer o que é realmente necessário. Em vez disso, estão tentando manter as coisas como elas sempre foram, disse ele ao Guardian. Ele critica Barack Obama e Al Gore, dizendo que os políticos falharam no maior desafio moral da atualidade.
O mercado de carbono é outro ponto condenado por Hansen. Ele compara a atividade com a ação da igreja católica na idade média, quando os bispos coletavam grandes quantias em dinheiro em troca do perdão aos pecadores, o que agradava a ambas as partes. É exatamente isso que está acontecendo. Temos os países desenvolvidos, que querem deixar as coisas como estão, e as nações em desenvolvimento, que querem dinheiro e podem obtê-lo por meio do mercado de carbono, aponta ele.
Apesar do seu ponto de vista controverso, Hansens acredita que ainda há esperança. Pode ser que o nível do mar esteja comprometido, mas isso não significa que devemos desistir. Temos que minimizar os estragos, conclui
do Mercado Ético
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