O caminho da economia verde

Data: 03/12/2009

O caminho da economia verde


A chamada Economia Verde começa a ganhar projeções mundiais. A representante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Isabel Martínez, enfatiza que essa é uma das prioridades do Acordo Global para 2010. Atualmente há 2,3 milhões de trabalhadores empregados em energias renováveis, e em 2030, podem ser 20 milhões de postos de trabalho, de acordo com a estimativa da organização.

Durante o 7º Encontro Iberoamericano de Desenvolvimento Sustentável, em Foz do Iguaçu, PR, na semana passada, a especialista afirmou que são necessárias ações efetivas, neste sentido, fazendo um paralelo com os números decorrentes da degradação ambiental. “Só no ano de 2009, houve perdas econômicas mundiais decorrentes da degradação ambiental, na ordem de trilhões de dólares. Nossa demanda sobre o planeta tem duplicado nos últimos 40 anos, e com isso, aumenta o número de refugiados ambientais no planeta”, alertou.

O exemplo do empreendedor orgânico, Arthur Oscar Passos, 74, que conheci em um estande do 6º Encontro Cultivando Água Boa, que incorporou outros eventos paralelos ao EIMA-7, ilustra uma das experiências possíves de economia verde, além de todo o leque de utilização da biomassa, que está dando certo. Como ele próprio se definiu, se considera hoje, o ‘garoto-propaganda’ de sua empresa familiar, que conta com mais seis pessoas, entre esposa e filhos. O advogado paranaense se divide entre o escritório de advocacia e a propriedade rural, que mantém há 15 anos, em Campina Grande do Sul, há 35 km de Curitiba.

“Nós começamos como caquicultores e nos tornamos produtores orgânicos a agregar valor a novos cultivos, como uva, amora preta. O próximo passo foi produzir geléias e pastas dessas variedades, porque há 4 anos a produção do caqui foi reduzida, por causa de secas, geadas e, depois, devido a fungos”, contou.

Isso demonstra que as “mudanças climáticas” acabaram dando novos rumos ao empreendimento, ou seja, exigiram adaptação. A família, com isso, montou uma pequena fábrica, que revende para hipermercados e recentemente para hotéis. “A atividade gera renda para a minha família, mas acima disso, está o prazer em fazer um produto diferenciado, porque trabalhamos desde o cultivo à produção”, disse.

Passos estava em um espaço, onde outros empreendedores na área de ervas medicinais e adereços confeccionados com sementes exibiam seus produtos para o público do evento.

*Viajei a Foz do Iguaçu, para participar do EIMA7, representando o Núcleo Ciência e Vida, da Editora Escala, a convite das Fundações CONAMA e MAPFRE, para mediar o painel Cooperação para o Desenvolvimento, realizado no dia 20. O evento integrou o 6º Encontro Cultivando Água Boa, sob promoção da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná e da Itaipu Binacional, entre outros parceiros.

Fonte: Blog Cidadãos do Mundo - www.cidadaodomundo.blogse.com.br - jornalista Sucena Shkrada Resk



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