Fundação Energia e Saneamento reativa 4 Pequenas Centrais Hidrelétricas
Quatro Pequenas Centrais Hidrelétricas, do final do século XIX e início do século XX, desativadas entre as décadas de 70 e 80, localizadas em Brotas, Santa Rita do Passa Quatro, Rio Claro e Salesópolis estão sendo reativadas pela Fundação Energia e Saneamento, que já transformou essas unidades de geração em Museu da Energia Usina-Parque.
Além de promover a proteção, pesquisa e educação nesses espaços, a reativação é importante para o aproveitamento das estruturas já instaladas como fontes de energia limpa, cujos impactos ambientais já foram absorvidos.
A geração de energia nessas PCHs alinha-se a um conjunto de esforços que entidades civis e o Governo do Estado de São Paulo vêem empreendendo no sentido de ampliar alternativas de produção de energia limpa. Nosso objetivo é consolidar uma fórmula que concilie a auto-sustentação econômica e ambiental dessas unidades, como apoio estável a nossa missão na preservação, pesquisa e disseminação de acesso ao patrimônio histórico do setor energético, em benefício das atuais e futuras gerações, comenta Ricardo Toledo Silva, Presidente do Conselho Curador da Fundação Energia e Saneamento.
A primeira usina reativada pela Fundação Energia e Saneamento foi a PCH de Salesópolis, inaugurada em 1913 e desativada desde 1988. Ela voltou a gerar energia em março deste ano e tem capacidade para gerar 7.057 MWh/ano - o suficiente para atender cerca de 3 mil residências de padrão médio (com um consumo mensal de 200kWh/mês).
No momento outras 3 PCHs estão sendo reativadas: a de Rio Claro Usina Corumbataí, inaugurada em 1895 e desativada em 1970, é a terceira PCH mais antiga do estado de São Paulo e tem com capacidade para geração de 9.222 MWh/ano, preservando um relevante patrimônio industrial e ambiental que está à disposição da sociedade como uma usina-parque-museu; a de Brotas Usina Jacaré, inaugurada em 1946 e desativada em 1964, com capacidade para geração de 13.052 MWh/ano e a de Santa Rita do Passa-Quatro Usina de São Valentim, inaugurada em 1970 e desativada em 1976, com capacidade para geração de 6.745 MWh/ano.
As primeiras PCHs brasileiras datam de 1883 e seu crescimento cessou só nos anos 50 quando as construções das grandes hidrelétricas entraram em cena, tornando-as pouco atrativas e obsoletas.
Nos últimos anos, com a exaustão dos potenciais hidráulicos de maior rendimento e a diversificação da matriz energética, o incremento de potência instalada das hidrelétricas não acompanhou o crescimento da demanda. Nessa perspectiva, PCH entraram novamente em destaque como alternativas viáveis de geração, o que nos abriu caminho para os estudos de reaproveitamento das antigas instalações.
As PCHs são usinas que geram, em média, 30 MW e cujo impacto ambiental é bastante reduzido, já que os aproveitamentos são feitos a fio dágua, no curso natural dos rios, sem a necessidade de inundação. A Fundação reativa suas PCHs como uma alternativa singular de auto-sustentação, que há um tempo valoriza a história e se lança ao futuro.
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