CCE inaugura centro de aproveitamento de lixo eletrônico

Data: 26/11/2009

CCE inaugura centro de aproveitamento de lixo eletrônico


Em dezembro, o Centro de Computação Eletrônica (CCE) da USP deve inaugurar o Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática (Cedir), organizado para receber e enviar para reciclagem o lixo eletrônico produzido pela USP.

Desde 2007, o CCE possui um Programa de Sustentabilidade que visa o reaproveitamento de materiais de informática como computadores, teclados, monitores, cabos, entre outros. Em junho de 2008, o Programa recolheu mais de 5 toneladas de lixo eletrônico oriundos apenas do CCE. O valor estimado para este material foi de R$1.200,00. “Nos verificamos então que o lixo eletrônico valia muito pouco. Alguma coisa devia estar errada”, explica a professora Tereza Cristina Melo de Brito Carvalho, diretora do CCE.

No início de 2009 iniciou-se uma pesquisa extensa sobre o assunto onde se constatou que as empresas de reciclagens trabalham com materiais especializados, plásticos, metais, placas, entre outros. Portanto cada empresa tem processos industriais estabelecidos para tratar apenas alguns poucos tipos de material e acabam descartando o resto. Um exemplo seria o teclado de um computador que se vendido a uma empresa de reciclagem de plástico, todo o restante, como placas e fios, seria descartado. O Cedir surge nesse contexto visando um melhor aproveitamento financeiro e tecnológico do lixo eletrônico.

Triagem do lixo
A professora Tereza explica que a entrega do lixo eletrônico pelas unidades da USP será feita num processo de agendamento. No caso das unidades do interior, os campi de Piracicaba, Ribeirão Preto e São Carlos já estão aptos a receber o chamado e-waste por intermédio dos seus Centros de Informática.

Assim que o Cedir, no caso de São Paulo, ou os Centros de Informática recebem o material entregue pelas unidades, a primeira verificação feita é se eles operam ou não. No caso positivo, verifica-se a funcionalidade do equipamento, ou seja, se o resíduo eletrônico não está obsoleto. “Se o computador não tem utilidade nenhuma, mesmo que ele esteja operando, é considerado lixo eletrônico.”

Os computadores que operarem e forem funcionais serão emprestados por um período de dois anos para projetos sociais, tempo em que o material provavelmente completará seu ciclo de vida útil.

Tudo aquilo que já não puder ser aproveitado no momento da entrega ao Cedir passará por um minucioso processo de classificação. Os equipamentos serão pesados, desmontados e os componentes serão separados de acordo com o tipo de material. Após a separação tudo será descaracterizado, ou seja, CDs e discos rígidos, por exemplo, serão destruídos para que as informações não sejam aproveitadas. Feito isso o lixo eletrônico será compactado e acondicionado e enviado para as empresas de reciclagem que transformarão esses resíduos em matéria prima para a indústria.

Ações futuras e pioneirismo
Num primeiro momento o Cedir atenderá as doações de lixo eletrônico apenas da USP, mas no futuro, comenta a professora Tereza, o projeto deve estender-se a toda a sociedade.

Tereza ainda destaca que este é o primeiro projeto dessa natureza numa entidade pública no Brasil e que sua contribuição social compreende o suporte a projetos sociais e à conscientização sobre a importância do destino final correto aos eletroeletrônicos. “É um projeto que atende um vínculo social, mas também possui um viés fomentador de novas indústrias”.

Mais informações: (11)3091-6328, com a professora Tereza Cristina Melo de Brito Carvalho

Fonte: Agência USP


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