Empreiteiras aumentam presença no setor elétrico

Data: 30/10/2009

Empreiteiras aumentam presença no setor elétrico


O forte movimento de investimentos das grandes empreiteiras na área de energia elétrica deve culminar com a compra, pelo grupo Odebrecht, de uma companhia do setor. Atrasada em relação a suas principais concorrentes - Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez -, que já fincaram raízes no setor, a Odebrecht está estruturando propostas ousadas para vários grupos. Sem sucesso em algumas investidas, a empresa tenta agora negociar com a direção do grupo americano Duke Energy a aquisição de sua subsidiária internacional de geração, com ativos em toda a América do Sul, conforme apurou o Valor. Se essa operação for confirmada, as empreiteiras passarão a ser responsáveis por cerca de 12% da geração de energia no país.

O presidente da Odebrecht Investimentos em Infraestrutura, Felipe Jens, confirma a disposição em investir. Diz que, para crescer rapidamente, é preciso comprar empresas já prontas, mas informa que nenhum ativo está em estudo com profundidade no momento. Fontes próximas à empresa dizem, entretanto, que o que falta são ativos à venda.

Neste ano, os principais lances das empreiteiras no setor foram dados em janeiro pela Camargo Corrêa, ao desembolsar mais de R$ 2,5 bilhões para se tornar a principal acionista da CPFL Energia, e mais recentemente pela Andrade Gutierrez, que firmou um contrato para comprar mais de 30% das ações com direito a voto da Cemig, o correspondente a 14% do capital total da estatal mineira. Trata-se também de um investimento de bilhões de reais. Camargo e Andrade assumem dessa forma posição preponderante em duas das três maiores distribuidoras do país.

O movimento desses grupos - que até início dos anos 90 eram basicamente contrutoras de obras públicas - em direção ao setor elétrico tem dois objetivos. Primeiro, buscam se beneficiar da estabilidade na geração de caixa das empresas de energia, cujas ações, justamente por isso, são vistas no mercado de capitais como papéis defensivos. O segundo motivo é que existe grande sinergia entre construtoras e empresas que investem em hidrelétricas, principalmente em novos projetos como Belo Monte e as usinas do rio Madeira.

Fonte: Valor Econômico


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