Países africanos se unem para salvar o rio Zambezi
Hilary Masundire, que realizou pesquisas sobre a disposição de lixo ao longo do Zambezi, disse que a contaminação de sua bacia atingiu um nível alarmante. Por sua vez, Imasiku Nyambe, geólogo da Escola de Mineração da Universidade de Zâmbia, alertou que a atividade extrativa contribuiu para a degradação ambiental. Durante muitos anos, a mineração do cobre foi o sustentáculo do desenvolvimento econômico e social de Zâmbia, representando cerca de 93% de sua renda em divisas em 1991. Em 1995, empregava 47.500 pessoas, número que caiu para 23 mil em 2000, acrescentou. Foi dada pouca atenção ao impacto da indústria sobre o meio ambiente e a saúde da população.
Isso levou a problemas de contaminação que incluem descarga de efluentes nos cursos de água, erosão, sedimentação e poluição do ar, disse Nyambe. Os governos começaram a considerar necessário um enfoque global do manejo dos recursos hídricos, que contemple a bacia do Zambezi em sua totalidade, depois que um estudo feito entre 2002 e 2006 detectou um alarmante grau de contaminação industrial e graves prejuízos à agricultura. Entre as conclusões da pesquisa figuraram a deterioração da saúde dos habitantes, que sofriam de alergia de pele, envenenamento e bronquite crônica, além de outros problemas como perda de espécies aquáticas, morte do gado ao beber água contaminada e menor rendimento das colheitas, disse Nyambe.
Outros especialistas advertem que o maior desafio para a bacia do Zambezi é a falta de colaboração entre os especialistas em questões hídricas dos países. Em 2004, as nações acordaram a criação da Comissão de Curso de Água do Zambezi (Zasmcom) após a gestão do Projeto Plano de Ação do Zambezi Fase II (Zapcro), uma agência da Comunidade de Desenvolvimento da África Meridional (SADC). Mas a comissão entrará em funcionamento apenas quando seis dos oito países que compartilham o rio o ratificarem. Até agora, apenas o fizeram Angola, Botswana, Moçambique e Namíbia.
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