Brasil fica em 75º no Índice de Desenvolvimento Humano

Data: 05/10/2009

Brasil fica em 75º no Índice de Desenvolvimento Humano


O ranking dos países por Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) divulgado nesta segunda-feira, 5, como parte do Relatório de Desenvolvimento Humano de 2009 das Nações Unidas e lançado em Bangcoc, Tailândia, conta com uma nova categoria: a dos países de IDH "muito elevado", que agrega as nações com índice de 0,9 ou superior - o IDH pode variar de 0 a 1. A nova categoria inclui EUA, Canadá e várias nações europeias, mas também a Coreia do Sul e países do Oriente Médio, como Kuwait, Emirados Árabes Unidos e Israel.

O Brasil continua entre os países IDH "elevado" e, com índice de 0,813, não é mais, como quando ascendeu ao grupo, no relatório de 2007/2008, o lanterna da categoria. O País ocupa a 75ª posição, atrás, na América Latina, de Chile, Argentina, Uruguai, Cuba, México, Venezuela e Panamá. Na relação dos países de IDH elevado, o Brasil se encontra à frente de Colômbia, Peru, Turquia, Equador, Ilhas Maurício, Casaquistão e Líbano.

O IDH deste ano - um indicador que sintetiza o bem-estar humano a partir das medidas da esperança média de vida, da alfabetização, da escolarização e do PIB per capita - foi calculado para 182 países. Trata-se da cobertura mais ampla de toda a história do índice, elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

“Apesar das melhorias significativas registradas ao longo do tempo, o progresso tem sido irregular”, afirma a principal autora do relatório, Jeni Klugman, em nota. “Muitos países testemunharam retrocessos nas últimas décadas, devido às retrações econômicas, às crises induzidas por conflitos e às epidemias de Aids/HIV. E tudo isto antes de se sentir o impacto da atual crise financeira mundial”, já que o IDH atual foi computado com dados de 2007.

Os países que ocupam os três primeiros lugares no IDH são, pela ordem, Noruega, Austrália e Islândia. A França voltou a entrar nos 10 primeiros classificados, depois de estar ausente deste grupo por um ano, sendo que Luxemburgo deixou a lista dos 10 mais bem posicionados.

Cinco países subiram três ou mais posições, em comparação com 2006: China, Colômbia, França, Peru e Venezuela. Estas elevações foram, em grande medida, motivadas por aumentos na renda e na esperança média de vida e, nos casos da China, da Colômbia e da Venezuela, também podem ser atribuídas a melhorias na educação, de acordo com o Pnud.

Os últimos três classificados no IDH deste ano foram Níger ( último colocado), Afeganistão (incluído pela primeira vez desde 1996) e Serra Leoa. Uma criança nascida em Níger pode esperar viver apenas 50 anos; menos 30 anos do que uma criança nascida na Noruega.

A renda per capita situa-se em valores inferiores a US$ 1.000 em países com um IDH baixo e em valores superiores a US$ 37.000 em países com um IDH muito elevado.

As tendências no IDH desde 1980 mostram avanços significativos em termos de desenvolvimento humano, diz o Pnud, assinalando uma melhoria de 15%, em média, nos valores do IDH dos países. Os que mais avançaram no índice foram China, Irã e Nepal.

Migração

O tema do Relatório de Desenvolvimento Humano deste ano é a migração, e o trabalho conclui que permitir os deslocamentos humanos - tanto dentro como para fora de fronteiras - poderá aumentar a liberdade das pessoas e melhorar as vidas de milhões de indivíduos em todo o mundo.

Quase um bilhão de pessoas, ou um em cada sete habitantes do planeta, são migrantes, diz o texto.

“A migração pode ser uma força positiva, contribuindo significativamente para o desenvolvimento humano”, diz, em nota, a administradora do Pnud, Helen Clark. “Mas para termos os benefícios, é necessário haver um ambiente político que a apoie, tal como sugere este relatório.”


Fonte: O Estado de S. Paulo



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