BIODIVERSIDADE, um ativo de imenso valor

Data: 30/09/2009

BIODIVERSIDADE, um ativo de imenso valor


“Não levar a riqueza natural a séria é um erro estratégico”, alerta o pesquisador cientifico Edward Wilson, um dos primeiros biólogos a usar o termo Biodiversidade em 1988 na Universidade de Harward


O grande desafio da sociedade que ao mesmo tempo em que descobre a importância da Biodiversidade também constata que está reduzindo tal riqueza, e causando impactos que ocasionam mudanças catastróficas para o planeta, é encontrar mecanismos para reverter tal situação.


A Biodiversidade é uma das propriedades fundamentais da natureza, responsável pelo equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas, e fonte de imenso potencial de uso cultural e econômico.


É a base das atividades agrícolas, pecuárias, pesqueiras e florestais e da indústria da biotecnologia. A fauna e a flora são partes do patrimônio de uma nação, produto de milhares de anos de evolução concentradas naquele local e momento.


A diversidade genética das plantas é essencial para a criação de grãos mais produtivos. As indústrias farmacêuticas e cosméticas dependem da natureza, assim com as indústrias de óleos, látex, fibras, gomas e muitas outras.


A importância da biodiversidade para a vida e a qualidade de vida da humanidade foi pela primeira vez tratada em nível global na Convenção sobre Diversidade Biológica, assinada em 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, e assinada por 156 países, entre eles o Brasil.


Atualmente 187 países são signatários e prestam contas de suas iniciativas no cumprimento das normas sobre gestão da biodiversidade por meio de um relatório nacional publicado a cada quatro anos.


A Biopirataria

A Biopirataria é o desvio ilegal das riquezas naturais (flora, águas e fauna) e do conhecimento das populações tradicionais sobre a utilização dos mesmos. Assim, a biodiversidade passa de um bem comum local para uma propriedade privada cercada e fechada. Os estados brasileiros que mais exportam plantas medicinais são: Paraná, Bahia, Maranhão, Amazonas, Pará e Mato Grosso.

Nos últimos anos, o avanço da biotecnologia e a fragilidade das leis nacionais e internacionais de proteção dos recursos genéticos multiplicaram as possibilidades deste tipo de atividade, tornando os países detentores de biodiversidade alvos fáceis para a biopirataria.

O Brasil é detentor de aproximadamente 23% da biodiversidade do planeta atraindo o olhar internacional sobre tal ativo. De acordo com cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o patrimônio genético nacional tem um valor potencial estimado de US$ 2 trilhões. São milhares de plantas, frutas, mamíferos, peixes, anfíbios e insetos, muitos deles ainda não descritos pela ciência. E, desde o descobrimento do país, quando os portugueses se apropriaram do segredo da extração do pigmento vermelho do Pau Brasil, milhares de espécies nativas são contrabandeadas e transformadas em patentes internacionais.


O crescente mercado da biopirataria de plantas e animais brasileiros reforça a tese do importante patrimônio natural que temos em mãos, e nos faz pensar estrategicamente revendo velhos conceitos como o de que meio ambiente é uma restrição para o desenvolvimento.


Este velho e ultrapassado conceito cede lugar para um novo conceito, ou seja, de que o meio ambiente é uma alternativa de oportunidades que pode e deve harmonizar a proteção dos recursos naturais com o crescimento econômico e a geração de renda.


Para tanto, precisamos de políticas e programas, nacionais e internacionais, comprometidos com os princípios da sustentabilidade para garantir o correto gerenciamento de um ativo tão valioso para o nosso país e para o mundo.


(*) Marilena Lino de Almeida Lavorato, Especialista em Gestão Ambiental (IETEC), Gestão Estratégica de Negócios (FGV), Gestão Empresarial Estratégica com ênfase em Responsabilidade Social (USP-Educon), Marketing (ESPM), e Sociologia e Política com ênfase em Globalização (EPGSP/SP). Disciplinas especiais: IDA - Indicadores de Desempenho Ambiental e PPA – Políticas Públicas Ambientais (USP). Tem publicado artigos técnico-científicos em portais e revistas especializadas. Diretora Executiva da MAISPROJETOS (Gestão e Capacitação Socioambiental), Coordenadora GMGA – (Grupo Multidisciplinar de Gestão Ambiental), Organizadora do Programa Benchmarking Ambiental Brasileiro e Co-Editora do Livro BenchMais, as 85 Melhores Práticas em Gestão Socioambiental do Brasil

Fonte: fibops.com.br


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