Mercado mundial de carbono movimentou U$ 126 bi em 2008, diz rede internacional
A gerente do Katoomba Group na América Tropical, Hannah Murray, disse nesta quinta-feira (24), em audiência na Câmara dos Deputados, que o mercado mundial de carbono movimentou US$ 126 bilhões em 2008.
O Katoomba Group é uma rede internacional de organizações que promove iniciativas pelo pagamento por serviços ambientais.
Essa movimentação financeira é consequência do Protocolo de Kyoto, que criou um mercado de interessados em comprar créditos ambientais para compensar emissões de carbono nocivas ao meio ambiente.
A Câmara analisa seis projetos sobre o pagamento de serviços ambientais que tramitam em conjunto (PL 792/07 e mais cinco) e estão sendo analisados no momento pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural.
Experiências mundiais
Hannah falou aos deputados da Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional sobre as experiências mundiais com o pagamento de serviços ambientais e informou que apenas Costa Rica, México e Equador têm políticas nacionais nesta área.
A Costa Rica criou um imposto sobre combustíveis que é usado para compensar proprietários de terras que preservam as florestas. São pagos de US$ 45 a US$ 163 por hectare anualmente.
Hannah Murray enfatizou o uso do mecanismo Redd (Redução de Emissões para o Desmatamento e Degradação), que incentiva os proprietários de terras a aproveitarem a floresta sem derrubá-la.
Novos parceiros
O subsecretário da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, Alberto Carlos Pereira, explicou que o governo espera novos parceiros para uma experiência importante de Redd, que é o recente Fundo Amazônia. O fundo foi inaugurado por uma contribuição da Noruega.
"Não só novos parceiros, mas novas modalidades de Redd e até modalidades que envolvam recursos de ordem muito superior ao que até agora foi mobilizado. Eu diria o seguinte: Nós estamos no início da história de Redd. Isso aí ainda tem muito para acontecer, a dimensão dos recursos é muito maior", acredita o representante do governo.
Segundo ele, a amplitude do tipo de recurso que vai ser alocado também é maior "e isso vai exigir um trabalho de definição de parâmetros institucionais que seja paralelo, proporcional, convergente, condizente com a dimensão da tarefa".
Pereira destacou ainda que o objetivo é mudar a atividade econômica predominante na Amazônia caracterizada por uma agropecuária de baixo rendimento e pela extração de madeira. Esta configuração, segundo ele, não favorece nem mesmo a melhoria da infraestrutura de estradas vicinais da região.
Fonte: Folha de S. Paulo
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