Combate ao aquecimento é "jornada longa e árdua", afirma Obama

Data: 23/09/2009

Combate ao aquecimento é


Em um discurso aplaudido longamente na reunião especial convocada pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que os países ricos têm "responsabilidade financeira e técnica" pela mudança climática. As declarações foram dadas na manhã desta terça-feira (22), na sede da ONU, em Nova York.

"A jornada é longa e árdua, e não temos muito tempo nela", afirmou Obama. "Nós podemos ajudar com o desenvolvimento de tecnologias energéticas limpas, a fim de redução das emissões de gás carbônico".

Obama apontou as medidas de seu governo para combater a mudança climática nos últimos oito meses, mas não apresentou nenhuma nova proposta dos Estados Unidos que possa ajudar e dar um novo ritmo nas conversas sobre um pacto internacional para combater o aquecimento global.

"A resposta da nossa geração a esse desafio será julgada pela história, se falharmos corremos o risco de deixar para as gerações futuras uma catástrofe irreversível", afirmou Obama.

Obama finalizou o discurso dizendo que "vamos começar, e podemos resolver isso. Vamos salvar e limpar o planeta."

A cúpula de hoje é considerada pelo secretário-geral da ONU como a última chance de mobilizar chefes de Estado para "selar o acordo" (como diz o slogan adotado pela ONU) em Copenhague. A 77 dias do encontro, ainda não há consenso sobre questões fundamentais.

Avestruz

O presidente Lula não participará da reunião. Amorim disse que não sabia ao certo qual havia sido o critério para definição dos países presentes na cerimônia de abertura, mas que o que tinha ouvido até agora é que os países mais poluidores e os que mais sofrem com danos ambientais haviam sido convidados (O Brasil é o quinto maior poluidor). "Achamos que a participação nas outras mesas não seria adequada."

Lula também não participará de um encontro convocado por Ban sobre desmatamento e mudanças climáticas amanhã. Apesar disso, o tema clima deve integrar o discurso de Lula na abertura da Assembleia Geral da ONU, amanhã.

O Greenpeace criticou a ausência, lembrando que o premiê do Reino Unido, Gordon Brown, disse anteontem que iria a Copenhague e exortou outros líderes a fazerem o mesmo.

"Isso mostra que esse acordo só se resolverá no nível de chefes de Estado", disse o diretor da ONG, Marcelo Furtado. "Em vez de usar a oportunidade para mostrar liderança, o Brasil se faz de avestruz."

Fonte: Folha de S.Paulo e Reuters



< voltar