Ecologia, a arte da reconciliação

Data: 16/09/2009

Ecologia, a arte da reconciliação


Nossos antepassados viveram nas florestas e certamente sentiam medo da sua complexidade. As florestas representavam perigo aos seres humanos, como a todos os animais. Para fugir das florestas as comunidades humanas foram se aglomerando, primeiro com trabalho agrícola, depois veio a indústria, até que chegamos ao mais moderno e complexo mundo urbano que hoje conhecemos.

E as cidades são tão complexas quanto as floretas. Assim como as florestas causavam medo e perplexidade, hoje são as cidades que amedrontam constantemente. Ninguém estaria seguro numa floresta, como também não se pode dizer que alguém esteja plenamente seguro numa cidade. Podemos dizer que, ao fugir da floresta, o ser humano criou a cidade à imagem e semelhança da sua primeira habitação.

A ecologia, que é o estudo da casa onde habitamos, é também a arte da reconciliação, é a ciência que nos faz pensar e mudar a forma de como nos relacionamos com tudo o que existe. Hoje, a ecologia nos convida a reconciliação.

No início os seres humanos quiseram fugir das florestas e ainda hoje fugimos das nossas cidades que construímos para viver. Fugimos do caos, da degradação, da poluição e fugimos uns dos outros. Mas agora, a ecologia nos interpela: se fugir, que seja do medo, da ganância, do ódio e da maldade, para então, nos reencontramos na convivialidade fraterna, na solidariedade, no amor, na bondade.

Temos que nos reencontrarmos como humanidade, nos reconciliarmos com nossa condição humana, com os seres humanos, com outros seres e as outras formas de vida e com Deus criador da vida. Precisamos reatar nossa amizade com a natureza que é fonte de vida e não simplesmente um perigo ou ameaça. A nossa sobrevivência e a continuidade real de vida no planeta depende da nossa reconciliação com a natureza.

Autor
Frei Pilato Pereira integra o Serviço de Justiça, Paz e Ecologia.

Fonte: Agua On Line


< voltar