Brasil terá monitoramento de asteroides em rota de colisão com a Terra

Data: 10/08/2009

Brasil terá monitoramento de asteroides em rota de colisão com a Terra


O Observatório Nacional colocará em funcionamento até o final deste ano, em Pernambuco, o programa Impacton, para monitoramento de asteroides e cometas que possam estar em rota de colisão com a Terra.\r\n\r\nNo Hemisfério Sul, ao contrário do que já ocorre no Hemisfério Norte, nunca foram feitas buscas sistemáticas pelos chamados NEOs (\"Near-Earth Objects\"), cometas e asteróides em órbitas que possam potencialmente cruzar com a órbita da Terra.\r\n\r\nAsteroides perigosos para a Terra\r\n\r\n\"Existem muitos asteroides que são potencialmente perigosos para a Terra. Eles vivem atravessando a órbita da Terra e, de repente, um deles pode se chocar conosco,\" explica o astrofísico Carlos Henrique Veiga, responsável pelo Projeto Impacton.\r\n\r\nO programa brasileiro de monitoramento de asteroides está sendo instalado na cidade de Itacuruba, em Pernambuco, em uma região conhecida como Sertão do Moxotó. A região foi escolhida por ter o clima seco, com ausência quase total de chuva.\r\n\r\nO projeto Impacton está sendo feito em parceria com instituições de pesquisas da França, Itália e Estados Unidos, uma vez que é essencial a troca de informações entre os centros de monitoramento, tanto para acompanhamento e cálculo preciso da trajetória do objeto, quanto para o cálculo dos possíveis locais de impacto.\r\n\r\n\"Tem que ter um pool de países porque, na hora em que a gente detecta um asteroide desses entrando, a gente tem um sistema que vai alertar o mundo inteiro,\" diz o pesquisador\r\n\r\nPrograma brasileiro de monitoramento de asteroides\r\n\r\nO objetivo primário do programa brasileiro de monitoramento de asteroides será a identificação de asteroides novos, ainda não descobertos e que apresentem algum potencial de se chocar com a Terra.\r\n\r\nO telescópio usado no Impacton foi importado da Alemanha. O equipamento possui um espelho de um metro de diâmetro e será totalmente automatizado e operado a distância, a partir do centro de controle do Observatório Nacional, no Rio de Janeiro. Ele será instalado dentro de uma cúpula de 7 metros de diâmetro, importada da Austrália.\r\n\r\nDevido à operação totalmente remota do telescópio, a câmera responsável pela captação das imagens dos asteroides possui um sistema de resfriamento termoelétrico, feito por placas Peltier, que permite que o sensor CCD da câmera opere a -70º C, reduzindo o \"ruído\" eletrônico e melhorando a qualidade das imagens captadas.\r\n\r\nA câmera digital é acoplada a uma roda de filtros, que permitirá realizar as observações dos objetos e a posterior determinação de suas órbitas e das suas propriedades rotacionais e superficiais.\r\n\r\nMini estação meteorológica\r\n\r\nA estação de observação conta ainda com uma mini estação meteorológica, um equipamento fundamental para a operação remota do telescópio.\r\n\r\nA estação meteorológica possui sensores para monitorar as condições de temperatura, umidade e cobertura de nuvens do local. Essas informações serão transmitidas em tempo real para os pesquisadores do Observatório Nacional, que poderão iniciar ou interromper as observações quando o tempo mudar.\r\n\r\nO que fazer no caso de um impacto?\r\n\r\nRecentemente a NASA definiu que, caso um objeto aproxime-se em rota de colisão com a Terra, a melhor defesa seria usar um raio-trator gravitacional.\r\n\r\nO problema é que não existe um aparato desses pronto, que possa ser usado caso o alarme seja dado nos próximos anos.\r\n\r\nCaso isso ocorra, o professor Veiga acredita que a melhor saída seria a evacuação da população no local previsto para o impacto, \"porque a gente não tem arma nuclear suficiente para destruir um grande asteroide de 20 quilômetros de diâmetro. Então, a gente calcula onde ele vai bater e tira todo mundo dali,\" resume ele.\r\n\r\n


< voltar