ES tem lei obrigando à logística reversa para vidros automotivos

Data: 06/08/2009

ES tem lei obrigando à logística reversa para vidros automotivos


Todo o mês a Autoglass, empresa especializada em vidros e acessórios automotivos com atuação no mercado segurador, encaminha para a reciclagem mais de 140 toneladas de resíduos de vidros. A iniciativa, pioneira no Brasil, teve início em 2008, por meio do Projeto Reciglass (www.reciglass.org.br), do Instituto Autoglass Socioambiental de Educação - IASE.

A preocupação com o destino final do material fez com que a empresa implantasse a logística reversa, envolvendo todas as 25 unidades do país, garantindo a destinação correta dos vidros descartados. Por meio de caminhões próprios da rede é feita a logística de transporte da sucata de vidro para o estado de São Paulo, onde acontece o pré-tratamento de separação do vidro e do plástico, de que são formados os para-brisas, permitindo a reciclagem do produto para transformá-lo em garrafas e outras aplicações.

Segundo Fernando Carreira, presidente do Instituto Autoglass, a sociedade tem o entendimento generalizado de que o impacto ambiental do veiculo é gerado apenas pelo CO² emitido, entretanto, na vida útil do veículo muitas peças são substituídas sem uma destinação adequada como filtros, pastilhas e outros. "O para-brisa, se descartado na natureza, não tem prazo de decomposição e para ser reciclado necessita de um pré-tratamento, ao contrário dos vidros comuns", acrescenta Carreira

Motivado pelo pioneirismo da Autoglass, o deputado estadual pelo Espírito Santo, Luciano Pereira (PSB), conseguiu, em 2008, que o governador do Estado, Paulo Hartung, sancionasse a Lei nº 9.013/08, obrigando as empresas que trabalham com a venda e instalação de vidros automotivos a destinarem seus produtos à reciclagem, tornando-se o primeiro Estado a criar uma lei específica de reciclagem de vidros.

A iniciativa começa a se propagar em outras regiões, como é o caso do Mato Grosso, com proposta do deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB), que já encaminhou proposta para a Assembléia Legislativa e na Bahia, por meio do deputado Capitão Tadeu (PSB), que prepara um projeto de lei que será apresentado nos próximos meses, ambos com o intuito que seja obrigatória a reciclagem de vidros automotivos.

De acordo com o deputado Guilherme Maluf, o projeto se constituirá em uma nova atividade econômica, proporcionando a abertura de novos postos de trabalho, pelo fato específico de um material, que antes era poluidor e sem possibilidade de nova utilização, ser transformado em matéria-prima, novamente destinada aos fabricantes de vidro.

Pesquisa do Instituto Autoglass Socioambiental de Educação – IASE revela que do total de 1,5 milhão de para-brisas quebrados no Brasil, anualmente, apenas 5% são reciclados. É importante observar ainda que dos 21 milhões de vidros laterais e traseiros fabricados por ano no País, mais de 1,6 milhão de peças quebradas não são recicláveis na sua totalidade, visto que parte desse material tem sua recuperação inviabilizada no momento da quebra.

Se o total de para-brisas quebrados em um ano no Brasil fossem colocados lado a lado, percorreriam uma distância de 1.500 quilômetros, Nos próximos dez anos, apenas o mercado segurador fará a substituição de cinco milhões de para-brisas no Brasil, o que equivale a 4,1 mil carretas lotadas de sucata de vidro.
Fonte: Agua On Line


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