Estudo inédito descobre área preservada

Data: 05/08/2009

Estudo inédito descobre área preservada


O Exército acaba de concluir a primeira parte de um levantamento cartográfico inédito, sobre a região noroeste da Amazônia, conhecida como Cabeça do Cachorro que ocupa uma área equivalente à Alemanha (350 mil quilômetros quadrados).

Segundo o jornal Folha de São Paulo, o estudo concluiu que a floresta do local está mais preservada do que há 30 anos, e possui inúmeros igarapés que ainda não haviam sido visualizados em imagens de satélites, mas perdeu comunidades indígenas com dificuldades de sobrevivência.

A partir de 2010, outros estudos vão avaliar as espécies vegetais da região, dentre as quais castanheiras e seringueiras, identificando seu valor comercial. O Ministério das Minas e Energia também vai pesquisar a composição geológica do solo e a Marinha fará o desenho dos riachos descobertos.

As cartas mais recentes sobre a Amazônia são dos anos 1990 e não incluem a região Cabeça do Cachorro. O local foi dividido em dez microrregiões para facilitar a pesquisa. A primeira fase dos estudos enfocará São Gabriel da Cachoeira e Barcelos. A análise da região vai demorar cinco anos e custará, incluindo partes náutica e geológica, R$ 150 milhões.

O INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) explicou à Folha que o resultado da pesquisa era esperado pelo fato de a região estudada não ter estradas, nem criação de gado, facilitando a regeneração rápida da mata. Segundo dados do instituto, o desmatamento de floresta nativa em São Gabriel da Cachoeira caiu de 1.500 km2, em 2003, para 610 km2 em 2007.

“A inexistência de estradas e a falta de perspectiva de haver doação de área pública são fatores fundamentais para a preservação da região noroeste da Amazônia”, disse à Folha, Paulo Barreto, da ONG Imazon.

Boa parte dos soldados envolvidos na ação tem origem indígena, e o trabalho do Exército é inédito pela tecnologia que utiliza. As fotos tiradas de um avião ultrapassam a copa das árvores, dando visão da vegetação e do relevo, ao contrário da captação das imagens por satélite, que é obstruída por nuvens. Até o final de maio foi consumido um milhão de litros de querosene nos voos. São 20 dias de viagem por rio para a chegada de combustível à Cabeça do Cachorro.

O avião empregado no mapeamento da região começou a voar em outubro. Segundo informação dada à Folha pelo coordenador da primeira fase da pesquisa, o general Ronalt Vieira, nos três próximos anos, o avião terá voado 900 mil quilômetros quadrados -o suficiente para dar cerca de 40 voltas em torno da terra.

Fonte: (Amazonia.org)




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