Mercado de produtos de baixo impacto na construção deve amadurecer em cinco anos

Data: 22/07/2009

Mercado de produtos de baixo impacto na construção deve amadurecer em cinco anos


A falta de um mercado consumidor em grande escala é o principal entrave ao desenvolvimento de novas tecnologias brasileiras de redução do impacto ao meio ambiente causado pelos edifícios em fase de operação, disse à Revista Sustentabilidade, Airton Dudzevich, diretor da revendedora e integradora de tecnologias limpas, SuperGreen.

"É preciso ter um mercado", disse, lembrando que pesquisadores brasileiros estão trazendo inovações. "Hoje, se eu montar uma fábrica, eu quebro".

No entanto, Dudzevich acredita que há uma crescente demanda e que, em cinco ou seis anos, empresas brasileiras deverão começar a fornecer equipamentos, como os para aproveitamento de água da chuva, painéis fotovoltaicos e até aquecedores solares de água.

Dudzevich disse que a tendência vem da crescente conscientização da população sobre os impactos causados ao meio ambiente.

"Todas as classes sociais estão preocupadas em economizar água, luz, ou em fazer alguma coisa para gastar menos. Isto é a sustentabilidade", disse o engenheiro.

A SuperGreen importa os equipamentos e compra localmente as peças de instalação, conxões e montagens.

O investimento da empresa é no treinamento de seus funcionários para dar suporte na instalação e montagem dos equipamentos e assim garantir a demanda, mesmo porque a maioria dos consumidores brasileiros, apesar de mais conscientes, ainda buscam o menor preço na hora da aquisição do produto, não levando em consideração os benefícios a longo prazo.

A adaptação da tecnologia é outro fator que obriga a SuperGreen a fornecer o suporte técnico junto com a venda dos equipamentos.

"Se o cliente quer água quente na sua torneira, nós entregamos uma solução integrada", disse.

Para melhorar este relacionamento, a empresa lançou em maio 2009, um centro de mostra das tecnologias com investimentos de R$80 mil, que deve ser expandido para atender à crescente demanda pelos seus produtos e serviços.

A empresa vende para clientes residencias, mas também tem na sua carteira grandes corporações como os bancos Itaú, Bradesco, Real, a Siemens, a Scania e Peugeot.

Segundo o diretor, os contratos sendo fechados este ano para a aquisição e instalação de aquecedores solares devem elevar o faturamento mensal para R$500 mil em 2010 dos atuais R$100 mil.

Quando Dudzevich fundou a empresa em 2002, percebeu que as outras empresas apenas importavam os equipamentos sem se preocupar com sua aplicação.

Esta visão foi amadurecendo e, desde 2006, passou a focar seu trabalho em equipamentos de aquecimento de água, aproveitamento de água de chuva e módulos fotovoltaicos, com o objetivo de proporcionar aos seus clientes uma clara visão do retorno do dinheiro investido

"São elementos que produzem uma economia na conta de água e de luz", disse Dudzevich, percebendo que os consumidores estão cada vez mais pensando na eficiência e retorno dos equipamentos e não apenas no preço.

Na sua visão, o termo sustentabilidade usado para os produtos de sua linha de atuação tem agora dois tipos de prática: a que ele chama de fundo de quintal e a de alta tecnologia.

Sustentabilidade fundo de quintal é aquela na qual o aquecimento de água pode ser feito através de uma mangueira pintada de preto, ou através de sistemas de garrafasde plástico usadas. Para ele, estes projetos tem uma eficiência muito baixa e pouca garantia de retorno.

Com a alta tecnologia, aumenta a eficiência e a garantia de retorno para o cliente. O engenheiro citou o exemplo de um sistema de vidro a vácuo, produzido na China, utilizado para o aquecimento da água, com 90% de eficiência e alta tecnologia.

Além da China, a SuperGreen também importa da Alemanha e dos Estados Unidos.

Eu sou o responsável pela pesquisa de novos produtos em qualquer lugar do mundo, seja em feiras nacionais ou internacionais, seja pela internet.

Fonte: Luis Roque, Revista Sustentabilidade


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