Sustentabilidade. O futuro não é mais como era antigamente?
Definitivamente, não. Mas fiquem calmos, leitores (as). Como estamos falando de futuro, tudo pode mudar e esta é a nossa única certeza: mudança. Para o bem ou para o mal, a escolha é sempre nossa. Não existem os culpados, só existe a nossa responsabilidade: diante do planeta, do país, da cidade e das organizações das quais participamos. E é nelas que eu quero me focar.
Públicas ou privadas as organizações humanas são as alavancas capazes de construir outra realidade para o mundo no que diz respeito às dimensões econômicas, ambientais e sociais. A articulação entre governo, empresas, cidadania, instituições educacionais e imprensa, entre outras, é uma fórmula poderosa para encontrarmos soluções conjuntas para os desafios que temos pela frente.
Mudanças climáticas, biodiversidade em risco, hábitos e processos ambientalmente devastadores, lixo, escassez de água, necessidades energéticas, centros urbanos em crescimento caótico, produção de alimentos, educação, saúde e lucros. Mudança de hábitos...
Não é uma agenda pequena, não será simples dar conta. Mas nunca foi fácil enfrentar desafios envolvendo tanta gente junta (se a Terra é nossa única espaçonave, vamos precisar nos relacionar com gente que pensa diferente, age diferente, entende diferente). Mas isso a globalização já tinha nos mostrado que seria o principal desafio. E é aqui onde a comunicação entre em cena.
Através do diálogo participativo, lúcido, tolerante a novas abordagens, pontos de vista diferentes; através de canais interativos (e a web já nos ampliou esses horizontes de contato) e na vontade de manter relacionamentos de longo prazo, vamos ser capazes de dar conta deste futuro que se apresenta. Pronto, alguns vão me achar por demais utópico, sonhador tudo bem. Gosto de sonhar, pois adoro, mais ainda, transformar sonhos em realidade. E trabalhar com comunicação para a sustentabilidade tem me dado esta satisfação. Tem me permitido a possibilidade de conhecer mudanças que de fato estão saindo do papel e acontecendo.
Tenho encontrado empresas que buscam novos caminhos, aprendendo com erros e refazendo processos de maneira inovadora em diferentes setores. Gente comprometida, dentro das organizações, realizando, dia após dia, pequenas evoluções, mas que num conjunto e num espaço de tempo relativamente curto vão frutificar. É o novo pedindo passagem e remodelando velhos paradigmas.
Desde o setor de mineração, de energia até o setor farmacêutico, bancário e cosmético. Sempre com a comunicação como fio condutor dessa evolução cultural, processual e, sim, emocional. Costurando redes sociais pioneiras (ONGs sendo ouvidas em grupos, por exemplo) e possibilitando a troca de experiências (comunidades indígenas dialogando com técnicos e engenheiros) e colocando pessoas diferentes e necessidades múltiplas em colaboração.
Portanto, acredito: é através de um modelo mais sustentável de negócios e relações, pois redes amplas dão maior visão do todo - numa abordagem sistêmica das atividades humanas, que vamos fazer com que o futuro seja mais promissor. Com mais qualidade nas ações, melhor aproveitamento de recursos, menos desperdício, menos injustiças sociais e maior respeito ao meio ambiente. Um legado de grande valor às gerações que ainda estão por vir.
(*) Luiz Antônio Gaulia é especialista em Comunicação Empresarial e Comunicação para a Sustentabilidade.
Fonte: Plurale
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