Uma solução para o Aquifero Guarani

Data: 22/06/2009

Uma solução para o Aquifero Guarani


O estudo sobre o Aquífero Guarani, que durou cinco anos, depende agora de continuidade. O projeto foi encerrado em 2008, mas o acompanhamento é imprescindível para o seu aproveitamento.

“A idéia é não deixar o trabalho morrer. É preciso dar continuidade. É um trabalho inédito em termos de seriedade”, afirma o geólogo João Paulo Correia, ex-relator da comissão local do projeto. Ele diz que é preciso monitorar a qualidade da água e controlar a perfuração de poços para a manutenção do aquífero.

João Paulo participou no último dia 2 de junho de uma audiência na Comissão Especial de Estudos (CEE) da Câmara destinada a analisar a preservação do Guarani. Também foram à CEE o geógrafo Maurício Moreira, ex-facilitador do projeto, contratado pela OEA; Marcos Massoli, geólogo e ex-coordenador da comissão local do projeto; e Paulo Finotti, vice-presidente do Comitê da bacia Hidrográfica do Pardo.

Na audiência, defendeu-se a criação de um consórcio intermunicipal para proteção do aquífero, a ser integrado por Ribeirão Preto, Altinópolis, Cravinhos, Sertãozinho, Jardinópolis e Serrana.“Não sei qual seria a configuração jurídica desta união de cidades, mas tenho certeza que é preciso se criar uma forma de monitoramento”, defende João Paulo.

Segundo estimativas, o custo inicial de implantação do trabalho no primeiro ano, será de R$ 300 mil. “Um valor pequeno se consideramos que os recursos podem vir dos municípios e governos estadual e federal. Bastaria vontade política das autoridades”, diz.

Além do monitoramento, João Paulo diz que este grupo poderia auxiliar os organismos responsáveis pela gestão da água em níveis municipal e estadual. “Se continuarmos explorando da forma que está hoje, o aquífero acaba.”

CAPTAÇÃO - Um dos problemas é que Ribeirão Preto, maior cidade da América do Sul que se abastece exclusivamente de água subterrânea, capta água 24 horas por dia, por não possuir grande quantidade de reservatórios e setorização das redes.

Uma das soluções para se medir com eficiência os riscos de abastecimento futuro seria a construção de maior quantidade de reservatórios. Quanto à poluição, há riscos onde o aquífero está mais próximo da superfície. Mas as análises mostraram água de excelente qualidade.

O rebaixamento do nível de água do aquífero está hoje em 70 metros na região central do município. Mas não é um rebaixamento real, porque a medição é prejudicada justamente pela captação ininterrupta de água, o que provoca a formação de “cones” (espaços vazios de água).




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