RJ: Após 30 anos, Barra começa a tratar esgoto

Data: 03/06/2009

RJ: Após 30 anos, Barra começa a tratar esgoto


A Barra da Tijuca tinha modestos 28.528 gatos pingados, em 1979, quando o bairro começou uma luta inglória pela construção de um emissário submarino e uma estação de esgoto na região. Trinta anos depois, o sonho do lugar, que conta hoje com 115 mil habitantes, vai virar realidade. A Cedae inaugura, nesta sexta-feira, Dia Mundial do Meio Ambiente, a unidade de tratamento de esgoto da Barra.

A estação reduzirá os poluentes do emissário, que, desde abril de 2007, já retirou das lagoas de Jacarepaguá, Tijuca, Camorim e Marapendi mais de 70 bilhões de litros de rejeitos domésticos, lançados no mar, a cinco quilômetros da costa. É o que mostra reportagem de Tulio Brandão na edição deste domingo em O GLOBO.

Dados do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) revelam que os indicadores ambientais das lagoas e praias da região ainda não tiveram qualquer melhora, apesar das inúmeras intervenções da Cedae. Especialistas estimam que mudanças significativas ocorram em uma década.

A bióloga Sandra Azevedo, do Instituto de Biofísica da UFRJ, diz que a manutenção dos índices de coliformes fecais indica que o lançamento de esgoto nas lagoas ainda é consistente. Ela coordena um estudo para estimar o tempo de recuperação das lagoas da Barra.

O ecossistema provavelmente já estaria recuperado se a obra tivesse sido realizada no início da década de 80, quando o primeiro projeto foi apresentado - na época, a população rejeitou a ideia do sistema sem a estação de tratamento.

Programa já consumiu R$ 434 milhões

A estação de esgoto da Barra será inaugurada com até 1.200 litros de esgoto por segundo passando por seus dutos e canais de tratamento - o equivalente a pouco menos que a metade da capacidade da unidade e a todo o esgoto já coletado pela rede. O presidente da Cedae, Wagner Victer, espera ampliar os troncos coletores para alcançar a marca de 2.500 litros por segundo de efluentes tratados até 2011. Segundo a Cedae, este valor representaria cerca de 90% do total do esgoto produzido na região.

O crescimento da população formal da Bacia da Baixada de Jacarepaguá está previsto pela Cedae: tanto o emissário quanto a estação podem ser dobradas. Até hoje, foram gastos cerca R$ 434 milhões no saneamento da Barra: R$ 110 milhões na estação, R$ 86 milhões no emissário, R$ 159 milhões nos 750km de rede coletora instalados e R$ 107 milhões nas elevatórias. Cerca de R$ 120 milhões ainda serão investidos.




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