Água tratada é desperdiçada em vazamentos e ligações clandestinas

Data: 01/06/2009

Água tratada é desperdiçada em vazamentos e ligações clandestinas


O que se perde com ligações clandestinas, medidores que não funcionam direito e, principalmente, vazamentos numa cidade como São Paulo daria para o consumo de 5 milhões de pessoas. De acordo com a Sabesp, companhia de água do estado, quase 27% do que é tratado é desperdiçado.

São casos como o que ocorreu na casa do empresário Antônio Batistela. Mesmo debaixo de sol, a calçada do empresário passou dias molhada. Ninguém sabia onde estava o vazamento, mas a água chegava aos canos que fazem a drenagem do jardim. E não era pouca. O conserto só veio depois de duas semanas.

“Quantas torneiras dessas, quantos canos desses quebrados não tem por aí?”, pergunta o empresário.

Em outro ponto de São Paulo, a água brota no meio da rua. “A Sabesp passou, deu uma olhada. E depois não voltou”, conta o aposentado Fernando Amaro.

A companhia diz que tubulações antigas e a pressão pra levar a água a locais mais altos acabam provocando os vazamentos. E que está investindo na melhoria do sistema.

“A gente tem um patamar de reduzir a quantidade de vazamentos. Chegar em torno de 15% de perdas totais nos próximos dez anos”, comenta Débora Soares, engenheira da Sabesp.

No Rio de Janeiro, o comerciante Antônio Alves ficou indignado com a solução dada para o vazamento na rua. “Eles vieram, botaram um cerco de madeira e foram embora, não voltaram mais. Está entornando água dia e noite”, reclama.

Cerca de 51% da água tratada no Rio de Janeiro se perde, segundo o Ministério das Cidades. Em outras capitais, a situação é ainda pior. No Recife, 68%; Maceió, 69%; e em Porto Velho, 76% da água é perdida.

Muitas concessionárias ainda não pagam pela água que captam. Quando pagarem, segundo a Associação Brasileira de Recursos Hídricos, deverão se preocupar mais com o problema.

“A conclusão é que é inadmissível nós continuarmos nesse patamar de perdas. Significa buscar água cada vez mais longe a um custo maior e ambientalmente com impactos muito severos”, avalia Marco Antônio Palermo, da Associação Brasileira de Recursos Hídricos.




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