Ibama multa Alunorte por vazamento de rejeitos em córrego de Barcarena

Data: 07/05/2009

Ibama multa Alunorte por vazamento de rejeitos em córrego de Barcarena


Belém, PA - Na última terça-feira de abril , a fiscalização do Ibama autuou a Alunorte pelo vazamento na bacia de rejeitos da empresa, no município de Barcarena, localizada na região metropolitana de Belém. A multa lavrada foi de R$ 5 milhões pelo vazamento que atingiu os córregos da região, mais R$ 50 mil por dia até que a empresa solucione o problema.

De acordo com o Superintendente do Ibama no Pará, Aníbal Picanço, a Alunorte ainda terá que pagar multa de R$ 100 mil por ter dificultado a ação de fiscalização, que foi iniciada no último dia 27, segunda-feira, quando o órgão recebeu a denúncia de que haveria o vazamento. “Ao chegar na portaria da empresa, os funcionários impediram a entrada dos fiscais durante 45 minutos, tempo suficiente para que o dia escurecesse e a vistoria no local fosse impossibilitada. Questionados sobre o problema, os diretores da empresa negaram qualquer tipo de vazamento”, afirma Picanço.

Na manhã do dia seguinte, 28, com o retorno da fiscalização à área, os diretores continuaram a negar qualquer problema de transbordo de alguma bacia, o que tornaria, segundo eles, desnecessária a vistoria no local. Porém, mesmo com a dificuldade imposta pela Alunorte, a equipe do Ibama percorreu toda a área de bacias da empresa, e constatou o vazamento na bacia de rejeitos que transborda para a floresta ao redor e, consequentemente, às nascentes da região.

Preliminarmente, verifica-se que o problema do vazamento se deve ao alteamento insuficiente da bacia de rejeitos para que pudesse suportar a produção da empresa e a pluviosidade da região. E com esse acidente ambiental, os moradores estão sendo afetados. “A comunidade local mostrou à nossa equipe os problemas de pele que a água atingida pelos rejeitos está causando às suas crianças, que brincam na área ou a utilizam para o banho, além disso, alguns peixes foram encontrados mortos nos rios”, conta Picanço.

Depois da constatação do crime ambiental, o Ibama solicitou a visita técnica do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, para verificar o grau de contaminação da água atingida pelos rejeitos da bacia, que é conhecido como “lama vermelha”. Essa lama é oriunda do beneficiamento da bauxita, processo em que há separação do alumínio dos outros componentes. O principal insumo utilizado nesse processo é a soda cáustica, cuja principal característica é a alcalinidade, que faz com que a lama seja corrosiva e tóxica. O Instituto Evandro Chagas também ajuda nos trabalhos. Após o diagnóstico dos danos, o Ibama poderá lavrar novos autos de infração contra a Alunorte. Os autos de infração aplicados ainda não foram julgados e a empresa tem 20 dias a partir do seu recebimento para apresentar defesa ao Ibama.






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