Publicação destaca crescimento da pesquisa brasileira em Ciência dos Materiais
O grupo editorial IOP Publishing, pertencente à principal associação de físicos do Reino Unido o Institute of Physics (IOP) , publicou um relatório especial sobre Ciência dos Materiais no Brasil para a Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais (SBPMat).
Lançado durante a conferência anual da entidade, realizada entre os dias 28 de setembro e 2 de outubro em João Pessoa, na Paraíba, o relatório destaca o crescimento da pesquisa na área no país ao longo das duas últimas décadas.
Com a chamada de capa Brasil mostra que os materiais importam, a publicação avalia que o aumento do financiamento para ciência e inovação, combinado com o foco estratégico em novos materiais, está criando novas oportunidades tanto para pesquisa acadêmica como para o desenvolvimento de novos produtos pelas indústrias no país.
O Brasil investe hoje cerca de R$ 50 bilhões por ano em P&D [pesquisa e desenvolvimento">, o equivalente a 1,2% do seu PIB [Produto Interno Bruto">, em comparação com apenas R$ 12 bilhões em 2000, diz a publicação.
Isso permitiu que as instituições de pesquisa no país investissem em equipamentos modernos para síntese e caracterização de materiais e ganhassem experiência em campos de pesquisa emergentes em Ciência dos Materiais, como nanoestruturas de carbono e eletrônicos flexíveis, avaliam os autores do relatório.
De acordo com a publicação, muitos dos laboratórios mais bem equipados são abertos a usuários externos atuantes em instituições de pesquisa mas também na indústria, a exemplo do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP).
Na avaliação dos autores do relatório, o LNLS ajudou a transformar a Ciência dos Materiais no Brasil e hoje cerca de 70% dos experimentos realizados na instituição são voltados para investigar a estrutura e propriedades de materiais.
Os pesquisadores estão ansiosos agora para ter acesso a duas novas grandes instalações de pesquisa previstas para serem inauguradas no país nos próximos anos: a fonte de radiação síncrotron de terceira geração Sirius, que está sendo construída em Campinas [no LNLS">, e as linhas de luz de nêutrons planejadas para o novo reator multipropósito do Brasil [previsto para entrar em funcionamento em 2018 no município de Iperó, no interior paulista">, estimam.
Área prioritária
A publicação destaca que a Ciência dos Materiais é identificada hoje como uma das áreas prioritárias de apoio à ciência, tecnologia e inovação pelas agências de fomento à pesquisa do país, sejam federais, como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ou estaduais, como a FAPESP.
Os autores do relatório exemplificam com dois centros de pesquisa que a FAPESP financia atualmente: o Centro de Pesquisa, Educação e Inovação em Vidros (Cepiv), sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e o Centro de Pesquisas Avançadas em Grafeno, Nanomateriais e Nanotecnologia (MackGrafe) que está sendo construído na Universidade Presbiteriana Mackenzie.
No centro do campus do Mackenzie, no coração de São Paulo, construtores trabalham para tornar o Mackgrafe totalmente operacional até 2015, conta a publicação.
Os autores do relatório indicam que outras fundações estaduais têm seguido o exemplo da FAPESP, como as dos Estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. E que o maior desafio para a pesquisa de materiais no país é a necessidade de mais cientistas.
Temos oportunidades para atacar problemas, mas no momento o tamanho da comunidade científica é um fator limitante, disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, para a publicação.
A inovação também passou a ser prioridade no país e as agências de fomento à pesquisa brasileiras estão cada vez mais pedindo aos cientistas para pensarem mais sobre como suas pesquisas podem impulsionar o desenvolvimento econômico e social do país, ressaltam os autores do relatórios.
Alguns dos projetos financiados pela FAPESP requerem pesquisadores para trabalhar com a indústria ou para procurar aplicações específicas, declarou Brito Cruz à publicação. Em todos os casos, devem demonstrar excelência em pesquisa, afirmou.
O relatório pode ser lido em mag.digitalpc.co.uk/fvx/iop/scienceimpact/BMRS2014/.
agência fapesp
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Lançado durante a conferência anual da entidade, realizada entre os dias 28 de setembro e 2 de outubro em João Pessoa, na Paraíba, o relatório destaca o crescimento da pesquisa na área no país ao longo das duas últimas décadas.
Com a chamada de capa Brasil mostra que os materiais importam, a publicação avalia que o aumento do financiamento para ciência e inovação, combinado com o foco estratégico em novos materiais, está criando novas oportunidades tanto para pesquisa acadêmica como para o desenvolvimento de novos produtos pelas indústrias no país.
O Brasil investe hoje cerca de R$ 50 bilhões por ano em P&D [pesquisa e desenvolvimento">, o equivalente a 1,2% do seu PIB [Produto Interno Bruto">, em comparação com apenas R$ 12 bilhões em 2000, diz a publicação.
Isso permitiu que as instituições de pesquisa no país investissem em equipamentos modernos para síntese e caracterização de materiais e ganhassem experiência em campos de pesquisa emergentes em Ciência dos Materiais, como nanoestruturas de carbono e eletrônicos flexíveis, avaliam os autores do relatório.
De acordo com a publicação, muitos dos laboratórios mais bem equipados são abertos a usuários externos atuantes em instituições de pesquisa mas também na indústria, a exemplo do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP).
Na avaliação dos autores do relatório, o LNLS ajudou a transformar a Ciência dos Materiais no Brasil e hoje cerca de 70% dos experimentos realizados na instituição são voltados para investigar a estrutura e propriedades de materiais.
Os pesquisadores estão ansiosos agora para ter acesso a duas novas grandes instalações de pesquisa previstas para serem inauguradas no país nos próximos anos: a fonte de radiação síncrotron de terceira geração Sirius, que está sendo construída em Campinas [no LNLS">, e as linhas de luz de nêutrons planejadas para o novo reator multipropósito do Brasil [previsto para entrar em funcionamento em 2018 no município de Iperó, no interior paulista">, estimam.
Área prioritária
A publicação destaca que a Ciência dos Materiais é identificada hoje como uma das áreas prioritárias de apoio à ciência, tecnologia e inovação pelas agências de fomento à pesquisa do país, sejam federais, como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ou estaduais, como a FAPESP.
Os autores do relatório exemplificam com dois centros de pesquisa que a FAPESP financia atualmente: o Centro de Pesquisa, Educação e Inovação em Vidros (Cepiv), sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e o Centro de Pesquisas Avançadas em Grafeno, Nanomateriais e Nanotecnologia (MackGrafe) que está sendo construído na Universidade Presbiteriana Mackenzie.
No centro do campus do Mackenzie, no coração de São Paulo, construtores trabalham para tornar o Mackgrafe totalmente operacional até 2015, conta a publicação.
Os autores do relatório indicam que outras fundações estaduais têm seguido o exemplo da FAPESP, como as dos Estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. E que o maior desafio para a pesquisa de materiais no país é a necessidade de mais cientistas.
Temos oportunidades para atacar problemas, mas no momento o tamanho da comunidade científica é um fator limitante, disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, para a publicação.
A inovação também passou a ser prioridade no país e as agências de fomento à pesquisa brasileiras estão cada vez mais pedindo aos cientistas para pensarem mais sobre como suas pesquisas podem impulsionar o desenvolvimento econômico e social do país, ressaltam os autores do relatórios.
Alguns dos projetos financiados pela FAPESP requerem pesquisadores para trabalhar com a indústria ou para procurar aplicações específicas, declarou Brito Cruz à publicação. Em todos os casos, devem demonstrar excelência em pesquisa, afirmou.
O relatório pode ser lido em mag.digitalpc.co.uk/fvx/iop/scienceimpact/BMRS2014/.
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