Evocando a era Sputnik, Obama promete investimento recorde em pesquisa
Em discurso realizado na Academia Nacional de Ciências, em Washington, o presidente Barack Obama apresentou a visão de uma nova era para o financiamento de pesquisas comparável à época da corrida espacial do período Sputnik, na qual intensas investigações científicas, e o desenvolvimento da capacidade intelectual para atingi-las, são uma prioridade nacional.
O presidente lançou um ambicioso plano para estimular o canal de inovações do país, das salas de aula escolares aos laboratórios corporativos, governamentais e acadêmicos. O plano de Obama inclui honrar os compromissos, assumidos desde a administração Bush, de dobrar os orçamentos da Fundação Nacional de Ciência, da Secretaria de Ciência, do Departamento de Energia, e do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia.
O plano busca também ampliações nos investimentos federais diretos em pesquisas de medicina e energia, e tornaria permanente o que tem sido um crédito de impostos esporádico em pesquisa e experimentos. Esta verba é oferecida a empresas que vão além da busca por lucros trimestrais para aspirar conquistas.
No geral, ele descreveu sua iniciativa como o maior compromisso com a pesquisa e inovações científicas na história dos Estados Unidos, recebendo calorosos aplausos dos cientistas e espectadores que lotaram os salões do quartel-general da Academia Nacional para o encontro anual do grupo.
Obama deixou claro que uma nova explosão de avanços em tecnologia de energia, medicina, e outras áreas importantes, não viriam somente do dinheiro, mas exigirá que cientistas saiam de seus laboratórios e encontrem maneiras de inspirar os jovens a criar, construir e inventar a ser fazedores de coisas, no lugar de apenas consumidores.
Muitos elementos de seu plano já foram introduzidos, incluindo US$400 milhões em financiamentos iniciais sob o projeto de recuperação econômica para uma Advanced Research Projects Agency for Energy, similar a uma agência de pesquisa de defesa criada depois que a União Soviética lançou o Sputnik.
Obama forneceu detalhes atualizados sobre uma iniciativa, já inclusa no projeto de estímulo econômico, criando o fundo Corrida para o Topo de US$5 milhões disponibilizado para os estados que mais fazem para aumentar os níveis de professores de ciência e matemática. Obama apontou que o país enfrentará uma escassez de mais de 280.000 desses professores em 2015.
Ele prometeu aumentar os investimentos públicos e privados em pesquisa e desenvolvimento nos Estados Unidos para além de seu pico em 1964, no auge da corrida espacial e da Guerra Fria, quando esse dinheiro representava 3% do produto interno bruto. Hoje, isso se traduziria em cerca de US$420 bilhões por ano, de acordo com o Escritório de Política de Ciência e Tecnologia da Casa Branca.
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