Kelman defende prioridade de investimento em seminário da Abes

Data: 08/07/2016
Fonte: Sabesp
O presidente da Sabesp, Jerson Kelman, participou do Painel de Debates, como mediador, do I Seminário Internacional Controle de Perdas e o Enfrentamento da Escassez Hídrica, promovido pela Abes. Durante o evento, Kelman afirmou que há uma percepção dos dirigentes e acionistas sobre a importância da substituição de ativos (tubulações). E que não há, na companhia, falta de investimentos para isso. Na Sabesp e em boa parte das empresas de saneamento do Brasil, que dependem exclusivamente das tarifas pagas por seus clientes, a dificuldade é escolher qual o investimento deve ser feito.

Segundo ele, muito se questiona sobre a despoluição de rios e represas e por que não tratam das perdas. Em sua opinião, a discussão é bem mais ampla e mostra a distância do que deve ser ideal. O custo é diferente para cada local e depende dos custos necessários para buscar alternativas mais viáveis. Trazer água de novas fontes ou cuidar das perdas? As aplicações são diferentes e devem ser hierarquizadas sob o ponto de vista do real benefício que essas ações trarão à população e, também, em relação à sustentabilidade.

O presidente também demonstrou preocupação com metas de perdas tratadas de maneira isolada, sem um olhar objetivo de regularização e de despoluição. Sobre os contratos de desempenho, o ideal é a companhia buscar as alternativas mais viáveis. Na Sabesp, esse tema está sendo encarado com prioridade e, para atender a demanda, há vários acordos para perdas, tanto em áreas regulares como irregulares.

Sobre a gestão integrada do uso da água, um trabalho vitorioso é o Projeto Tietê. Se aos olhos da população não há percepção disso, a empresa precisa buscar mecanismos para tocar o coração das pessoas e mostrar que há, sim, rios limpos. Parte desse trabalho já foi bem desenvolvido no programa Córrego Limpo. "Não dá para fazer tudo de uma vez, mas é possível ter rios limpos, inclusive com a parceria da iniciativa privada. Santos é um bom exemplo de praias limpas. Com mais laboratórios para medir a qualidade da água, já é possível divulgar as boas condições de balneabilidade. Por isso, é preciso verificar prioridades e como os problemas poderão ser resolvidos", ressaltou.

Kelman concluiu dizendo que não há dificuldade para se alcançar um padrão americano ou europeu de saneamento em poucos anos. Há capacidade técnica, contudo, à medida que são feitos os investimentos,? o regulador terá de ajustar as tarifas. Quanto à redução de perdas, o presidente enfatizou a necessidade de planejamento para os investimentos nos próximos anos. Recentemente, a Sabesp prorrogou por mais três anos o financiamento de R$ 1,5 bilhão com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) para o programa de Redução de Perdas.


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