Presidente da FAPESP ministra aula magna sobre Bioenergia na Esalq

Data: 21/03/2016
Fonte: Agência Fapesp
A realização do Fórum sobre Bioenergia no Brasil – integração universidade-empresa, no dia 17 de março, em Piracicaba, marcou o início do ano letivo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP) e das atividades do Programa Integrado de Doutorado em Bioenergia, oferecido em parceria pelas três universidades estaduais de São Paulo.

Resultado de um convênio de cooperação entre USP, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Estadual Paulista (Unesp), o programa interinstitucional oferece atualmente doutorado em três linhas de pesquisa: produção de biomassa para bioenergia; biorrefinaria, biocombustíveis e motores; e sustentabilidade socioeconômica e ambiental.

Ao ministrar a aula magna do ano letivo na Esalq, José Goldemberg, presidente da FAPESP, fez um panorama das fontes renováveis de energia no Brasil e no mundo, destacando marcos históricos do setor desde a revolução industrial e saudando a criação do doutorado integrado para o desenvolvimento do setor no país.

“É preciso atentar para os riscos da limitação da matriz energética, sob pena de comprometermos avanços necessários, e todos os esforços nesse sentido são bem-vindos – especialmente este, coordenado pelas três universidades estaduais de São Paulo, com potencial para ampliar ainda mais a atuação da ciência produzida no estado no crescimento da bioenergia no Brasil”, disse.

A expectativa é que os doutores formados pelo programa integrado atuem no enfrentamento dos desafios nacionais e internacionais da substituição dos combustíveis fósseis pelos originários da biomassa, tanto na produção como no consumo.

“Essa união de esforços, capitaneados pela ciência em prol das necessidades da agricultura e da população, tende a beneficiar diretamente o produtor rural paulista e, de forma mais ampla, o povo paulista. São urgentes as demandas da agricultura relacionadas à bioenergia, especialmente em áreas como as de conservação de solos e mecanização e utilização de resíduos”, destacou Arnaldo Jardim, secretário estadual de Agricultura e Abastecimento.

Representando o poder público, também participaram do fórum a secretária estadual de Meio Ambiente, Patrícia Iglecias, e o subsecretário de Energias Renováveis, Antonio Celso de Abreu Junior, representando o secretário estadual, João Carlos de Souza Meirelles.

A comunidade acadêmica foi representada nas discussões por Marco Antonio Zago, reitor da USP; Julio Cezar Durigan, reitor da Unesp; Luiz Augusto Barbosa Cortez, vice-reitor executivo de Relações Internacionais da Unicamp; Luís Gustavo Nussio, diretor da Esalq; Raul Machado Neto, presidente da Agência USP de Cooperação Nacional e Internacional; e Carlos Alberto Labate, coordenador do Programa Integrado de Doutorado em Bioenergia.

“O Brasil tem condições de liderar o processo produtivo de bioenergia. Para isso, é preciso que a ciência na área seja fortalecida, e este programa, desenvolvido entre as três universidades estaduais paulistas, será fundamental para reverter o conhecimento científico em benefício para a população. Além de liderar projetos científicos em instituições de pesquisa, os pesquisadores egressos do programa serão capazes de atuar na produção dos avanços tecnológicos em indústrias essenciais ao desenvolvimento do país, na formulação de políticas públicas para o crescimento da bioenergia na matriz energética brasileira e na inserção internacional do país nas questões energéticas globais”, disse Labate.

Doutorado integrado

O Programa Integrado de Doutorado em Bioenergia teve início em 2014. Tem parte de suas aulas ministradas em inglês e utiliza sistema de videoconferência para conectar alunos e professores localizados em diferentes cidades.

Cada uma das instituições participantes conta com uma coordenação local, sediada em uma das suas unidades, que vai receber a maior parte dos cursos. Na USP, a unidade responsável pelo programa é a Esalq, localizada em Piracicaba; na Unicamp, a Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA), em Campinas; na Unesp, o Instituto de Pesquisa em Bioenergia, em Rio Claro.

“Essa iniciativa conjunta evidencia que somos capazes de nos unirmos em torno do esforço de converter nosso conhecimento em soluções para as demandas sociais de uma maneira por muitos desacreditada, por meio da união de universidades públicas, que costumam ser apontadas como distantes da população”, disse Durigan.

A linha de pesquisa relacionada à produção de biomassa para bioenergia é dividida em estudos sobre melhoramento genético de plantas, fitotecnia para bioenergia e engenharia agrícola para a bioenergia. As pesquisas da linha de biorrefinaria, biocombustíveis e motores têm foco em ciência e tecnologia de biocombustíveis e bioeletricidade, biorrefinaria, química verde e biocombustíveis e motores. Há ainda uma linha de pesquisa dedicada à sustentabilidade socioeconômica e ambiental do setor.

O programa deverá abrir seleção entre os meses de julho e agosto. Mais informações em sites.usp.br/phdbioenergy.



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