Deso promove encontro para discutir preservação da água e mananciais

Data: 03/03/2016
Fonte: Deso

O Mês das Águas, evento realizado pela Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), teve início nesta terça-feira (01) com uma série de palestras que promoveram discussões acerca da gestão sustentável dos recursos hídricos e preservação da água e meio ambiente. A solenidade teve início com a apresentação do coral Cantar das Águas, composto por colaboradores da Deso, regido pelo maestro Sérgio Teles. O grupo apresentou um repertório com músicas populares brasileiras que continha “água” como palavra-chave, a exemplo da canção “Eu e água” de Maria Bethânia.

Logo após o momento cultural, Eni Cardoso, química industrial da Deso, iniciou a rodada de palestras. Ela demonstrou, através da explicação dos processos químicos que ocorrem na natureza e no interior dos organismos vivos, a ligação intrínseca entre os seres humanos e a água. “Eu gostaria que, neste momento, a gente pudesse refletir a água não como objeto de uso, mas como uma entidade que é parte de nós”, conclamou.

Em seu discurso, Eni buscou ainda desconstruir a ideia de perenidade deste recurso natural. Segundo ela, esta crença está impressa erroneamente na frase “Terra, planeta água” e é replicada pela população como se, de fato, a água fosse abundante na natureza. “A Terra é um planeta molhadinho. Apenas 0,02% da água está disponível em lagos e rios que abastecem as cidades e pode ser consumida. Uma variação brusca na temperatura que é necessária para que ela se manter em seu estado líquido pode comprometer a disposição deste insumo”, explicou.

A segunda palestra interativa do dia foi com Luiz Carlos Sousa Silva, coordenador de recursos hídricos da Deso, que falou sobre as baciais hidrográficas de Sergipe e os desafios à gestão das águas no estado. Doutor em Geografia e coordenador geral do Fórum Nacional e do Fórum Estadual de Comitês de Baciais Hidrográficas, Luiz Carlos fez um alerta sobre os mitos que envolvem a água.

"Essencial à vida, a água constitui elemento necessário para quase todas as atividades humanas, sendo ainda, componente fundamental da paisagem e do meio ambiente. Trata-se de bem precioso, de valor inestimável, que deve ser a qualquer custo, conservado e protegido. No entanto, o que nossa realidade nos revela são mitos sobre a água que dificultam a conscientização das pessoas. Por exemplo, afirmar que água é um bem infinito. Precisamos desconstruir essas ideias, pois a situação das baciais hidrográficas mostra um declínio cada vez maior, causado pelo modelo de uso sem consciência, como também pela falta de cuidado com os mananciais", pontuou.

Dando continuidade à programação, Sílvio Ricardo de Sá, técnico em química da Deso, compartilhou como se dão os processos de análise de qualidade da água e a função da Gerência de Controle e Vigilância de Qualidade da Deso com os estudantes e professores do curso de Saneamento Ambiental do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe (IFS) e colaboradores de outros setores da companhia, presentes no auditório.

Em seguida, Éder Meneses, técnico em saneamento e meio ambiente da Deso, falou sobre a importância da água no cotidiano e a necessidade de cuidados para a sua preservação, através de ilustrações bem humoradas da vida no século XVIII. De acordo com ele, a escassez de água, à época, submetia as pessoas a inúmeras doenças devido às condições pouco higiênicas em que viviam. “Hoje temos acesso à água, mas nem sempre foi assim. Se não cuidarmos bem deste recurso podemos voltar a viver como no século passado”, finalizou.



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