Tecnologias sobre saneamento básico rural integram livro do Ministério da Saúde

Data: 05/02/2016
Fonte: M Saude
O sistema de saneamento básico rural, composto pela Fossa Séptica Biodigestora, Clorador Embrapa e Jardim Filtrante, integra a coletânea de artigos que compõem o livro Saúde e Ambiente para as Populações do Campo, da Floresta e das Águas, publicado pelo Ministério da Saúde.

Desenvolvido pela Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP), o sistema de saneamento básico rural é um dos 14 capítulos do livro de 205 páginas, ilustradas com gráficos, tabelas, mapas e fotografias. A obra pode ser acessada gratuitamente pelo endereço http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_ambiente_populacoes_campo_floresta_aguas.pdf

Os textos foram produzidos por gestores e técnicos da gestão pública, militantes de movimentos sociais e trazem diversos enfoques sobre a temática da saúde e do ambiente, além das perspectivas das populações do campo, da floresta e das águas neste debate.
Composto de duas partes, o livro aborda na primeira a “Saúde, Ambiente e Políticas Públicas”, enquanto a segunda trata do “meio ambiente e impactos na saúde humana”. O sistema de saneamento básico rural ocupa 18 páginas da segunda parte da obra.
Assinado pelo pesquisador Wilson Tadeu Lopes da Silva, doutor em química analítica pela Universidade de São Paulo (USP) e pelo analista Carlos Renato Marmo, mestre em saneamento e meio ambiente pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o artigo apresenta um panorama da temática no Brasil. “Saneamento básico rural: tecnologias e soluções” também discute a complexidade para resolver o problema, que atinge cerca de 30 milhões de pessoas que vivem no campo.

Os autores apontam que 18% dos brasileiros sequer possuem acesso à água tratada e apenas 48% da população brasileira tem coleta de esgoto, o que significa que mais de 105 milhões de pessoas não são beneficiadas com este serviço. No entanto, afirmam que são os indicadores de tratamento de esgoto que mais distanciam o Brasil dos países desenvolvidos e até de alguns sul-americanos.
Na área rural o problema ainda é mais grave, em virtude de características específicas. Os autores argumentam que o fato dos domicílios serem dispersos e não contarem com rede coletora nos locais mais concentrados, leva as famílias a recorrerem às alternativas de esgotamento sanitário como as fossas rudimentares e valas a céu aberto incluindo uma parcela que nem sequer tem instalações sanitárias na propriedade, defecando ao ar livre.

Mas eles alertam para a precariedade sobre o funcionamento desses sistemas, que poluem as fontes superficiais e subterrâneas, que são geralmente utilizadas pelos próprios moradores como fonte de consumo de água. Silva e Marmo lembram que a região Norte do país possui índices quase cinco vezes inferiores à média brasileira e mais de seis vezes abaixo do Sudeste, conforme dados do IBGE.
“Há uma necessidade latente de investimentos na área rural, principalmente por serem os locais onde estão os mananciais e as reservas hídricas e a assistência em saúde é mais complexa do que em relação às cidades”, aponta Renato Marmo.
Diante desse panorama, a Embrapa Instrumentação desenvolveu as tecnologias sociais como a Fossa Séptica Biodigestora para tratamento do esgoto doméstico; o Clorador Embrapa para tornar a água potável e o Jardim Filtrante, que trata a água cinza – chuveiro, tanques e pias.

“Há quinze anos temos divulgado essas tecnologias em todas as regiões do Brasil, com milhares de unidades instaladas, no caso da Fossa Séptica Biodigestora. Esse é um trabalho que integra agricultura e saúde, em benefício da sociedade, dessa forma, o livro poderá ser um importante instrumento de informação e esclarecimento para o meio rural e também para as áreas urbanas”, finaliza Wilson Lopes da Silva


< voltar