Segundo dia da COP21 começa em tom de otimismo e urgência

Data: 01/12/2015
Fonte: G1

O segundo dia de negociações da COP21, a cúpula do clima de Paris, começou nesta terça-feira (1º) impregnado de otimismo, após o primeiro ser marcado por uma presença maciça de chefes de estado e de governo.
Segundo o ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, 150 líderes nacionais estiveram no evento. A maioria deles, como o presidente americano Barack Obama e o chinês Xi Jinping, fez discursos destacando a urgência em se tratar do tema.

A janela para conseguir reduzir as emissões de gases do efeito estufa a ponto de evitar o aquecimento de 2 graus Celsius (considerado "perigoso") está se fechando. Segundo o IPCC (painel de cientistas do clima da ONU), para que o planeta tenha uma chance razoável de cumprir esse objetivo, é preciso que as emissões comecem a cair a partir de 2020.
As promessas de desaceleração de emissões entregues por 183 dos 196 países signatários da Convenção do Clima da ONU, porém, não representam metade do esforço que é necessário. Para aumentar a ambição dessas metas de redução, essas promessas -- chamadas no jargão diplomático de INDCs (Contribuições Pretendidas Nacionalmente Determinadas) precisam ser revisadas periodicamente.
A julgar pelos discursos proferidos ontem na plenária da COP21, a maioria dos países defende um período de revisão de 5 em 5 anos. Essa é a posição da União Europeia e do Brasil, por exemplo. China se opôs inicialmente, pedindo prazos mais longos, mas se mostrou inclinada a aceitar os intervalos mais curtos.
Hoje saem de cena os chefes de estado e de governo e entram os ministros e diplomatas, para começar na prática a negociação do texto do acordo. A estrutura da redação do documento está essencialmente pronta desde 23 de outubro. O acordo de Paris, porém, ainda é muito extenso para o que se espera de um tratado -- 53 páginas -- e ainda é pontuada por mais de mil pontos de desacordo. São esses nós que a COP21 precisará desatar.
Um dos principais deles é a forma júridica que o acordo irá tomar. Os Estados Unidos e a China resistem a que o acordo tenha de ser "legalmente vinculante", o que quer dizer que le teria de ser transformado em lei dentro de cada país. Muitos presidentes defenderam em seus discursos ontem o vínculo legal do tratado, mas Obama figiu do assunto.
Outros pontos, como financiamento à transição de países pobres para economias verdes, também tem pontos de desacordo, que deverão começar a ser discutidos nesta terça.


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