Sudeste perdeu 56 trilhões de litros de água nos últimos três anos, diz Nasa

Data: 29/10/2015
Fonte: rev Galileu
dos últimos 35 anos na região


Não é novidade que o Brasil passa por uma crise hídrica. Mas entrar em contato com números concretos sobre o assunto é alarmante: segundo um estudo da Nasa, só a região Sudeste perdeu 56 trilhões de litros de água entre 2012 e 2015.

Augusto Getirada, hidrologista do Centro de Voo Espacial Goddard da Nasa, em Maryland, nos Estados Unidos, analisou a quantidade de água armazenada nos aquíferos e rios pelo Brasil entre 2002 e 2015. O objetivo do pesquisador era entender a profundidade da seca atual.

"A questão que conduz esse trabalho é: qual é a quantidade de água faltando nessa região? E a partir disso, nos perguntamos quando essa seca começou", disse Getirada. Os resultados foram divulgados na publicação científica Journal of Hydrometeorology.

Para responder as questões, o hidrologista usou dados dos satélites Gravity Recovery e Climate Experiment (GRACE) da agência espacial americana. Os aparelhos orbitam a Terra e detectam mudanças no campo gravitacional do planeta. Estas geralmente ocorrem por conta da movimentação de grandes massas de gelo e água, inclusive água na superfície e no subterrâneo, o que permite que os cientistas encontrem e acompanhem as secas.


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Os novos dados recolhidos pelos satélites mostram a distribuição de água no Brasil. As partes em azul representam o aumento de água, em sua maioria nas regiões Centro-Oeste e Norte. Já a cor vermelha está relacionada às regiões Nordeste e, principalmente, Sudeste. A região enfrenta a pior seca dos últimos 35 anos.

No início da coleta de dados, em 2002, o Brasil estava saindo de uma seca que tinha começado dois anos antes. A seca voltou a ocorrer em 2012, por conta da falta de chuvas e pelo aumento das temperaturas.

Outro problema é o fato de as reservas brasileiras gerarem 75% da energia elétrica do país, profundamente dependente da matriz hidrelétrica. "Um grande número das represas do Brasil chegou aos níveis mais baixos desde 2005", afirmou Getirana.


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