Tratar a água subterrânea contaminada aumenta a oferta hídrica

Data: 01/10/2015
Fonte: ABAS


Congresso debate as soluções e promove troca de informações com pesquisadores internacionais

Enquanto a crise hídrica se agrava no planeta, é preocupante a falta de remediação de águas subterrâneas em áreas contaminadas no Brasil. Milhões de metros cúbicos acabam inutilizados no subsolo, ao invés de serem tratados para poderem entrar no sistema de abastecimento. Para debater sobre esse problema e outros assuntos ligados às águas subterrâneas, geólogos, engenheiros, cientistas e ambientalistas do Brasil e do exterior estarão no IV CIMAS – Congresso Internacional de Meio Ambiente Subterrâneo, nos dias 5 e 6 de outubro de 2015, na Fecomércio, em São Paulo.

O evento indicará tendências futuras nas áreas técnicas, legais e acadêmicas ligadas ao meio ambiente subterrâneo, possibilitando troca de informações entre experts do setor por meio de palestras e mesas redondas. Em paralelo ao congresso, será realizada a FENÁGUA – Feira Nacional de Águas, onde serão apresentados produtos e serviços do setor de águas e meio ambiente subterrâneo. Clique aqui e confira a grade completa de palestras.

Remediar áreas contaminadas é solução

"Hoje no Brasil, quando é descoberta uma área contaminada, em muitos casos é aceito o procedimento de inutilizá-la e continuar escondendo o problema debaixo da terra ao invés de se optar pela remediação", explica o geólogo e professor Everton de Oliveira, secretário-executivo da ABAS – Associação Brasileira de Águas Subterrâneas, realizadora do CIMAS.

Oliveira afirma que cada vez mais o país precisa de água em quantidade e qualidade e para isso é preciso considerar a remediação como uma das soluções para aumentar a oferta hídrica. "Não basta discutir contaminação, mas sim apresentar como as águas subterrâneas podem ajudar na solução", enfatiza Everton.

O geólogo Carlos Giampá, especialista e conselheiro vitalício da ABAS, informa que nas áreas urbanas, vazamentos de postos de gasolina e utilização inadequada de produtos químicos, o chorume de aterros sanitários (já proibidos por lei), a falta de saneamento básico e uso de fossas contaminam o lençol freático.

"Na zona rural, já temos indícios de que a construção e o uso inadequado dos poços têm contaminado também os mananciais subterrâneos", completa. Entre as causas dessas contaminações estão o uso de defensivos agrícolas e os fertilizantes, principalmente os nitrogenados lixiviados que venham a penetrar diretamente nos poços.



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