Brasil precisa investir R$ 7,66 bilhões para universalizar a destinação adequada de resíduos

Data: 01/10/2015
Fonte: Abrelp



Valor representa praticamente a metade do que será gasto nos próximos cinco anos se os lixões continuarem em funcionamento no País

São necessários investimentos de R$ 7,66 bilhões até 2023 para universalizar a destinação adequada dos resíduos sólidos no Brasil. Esta estimativa foi apresentada ontem (29/09) pela ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) durante o “Fórum ABRELPE – RWM de Gestão de Resíduos”, que acontece até hoje (30/09), paralelamente à Feira RWM Brasil 2015, no Transamérica Expo Center, em São Paulo.

Esse valor representa pouco mais da metade dos US$ 3,5 bilhões (dólar), ou aproximadamente R$ 14,3 bilhões, que o País deve gastar nos próximos cinco anos com manutenção dos lixões existentes, tratamentos de saúde e degradação ambiental, conforme apontou o estudo da ISWA (International Solid Waste Association), realizado por meio da parceria com a ABRELPE.

“Considerando esses dois valores, concluímos que é mais barato investir em infraestrutura para solucionar o problema da destinação inadequada de resíduos do que desperdiçar quase o dobro de recursos em remediações por conta da permanência dos lixões no Pais”, explica o diretor presidente da ABRELPE, Carlos Silva Filho.

A pesquisa da ISWA aponta que esse montante de recursos pode ser desperdiçado no caso da entrada em vigor dos projetos de lei que propõem a prorrogação até 2020 do fechamento dos lixões, atualmente em tramitação no Congresso Nacional.

“O Brasil não pode aceitar a permanência dos lixões e gastar bilhões de dólares, nos próximos cinco anos, em saúde e no meio ambiente, que sofrem diretamente com esta situação. O País precisa priorizar o gerenciamento de lixo em sua agenda política e no orçamento do governo, de modo a promover o fechamento de todos os locais de destinação inadequada o mais rápido possível”, afirmou o representante do Comitê Técnico-Científico da ISWA, Antonis Mavropoulos

Segundo a Abrelpe, os R$ 7,66 bilhões que universalizariam a destinação dos resíduos sólidos no Brasil, seguindo as determinações da Política Nacional de Resíduos Sólidos, seriam investidos na implementação de um sistema cíclico, que abrange o maior aproveitamento e recuperação dos materiais através da coleta seletiva, compostagem, reciclagem, recuperação energética e disposição final em aterro sanitário.

Sobre a ABRELPE (www.abrelpe.org.br)


Criada em 1976, a ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais é uma associação civil sem fins lucrativos, que congrega e representa as empresas que atuam nos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.


Sua atuação está pautada nos princípios da preservação ambiental e do desenvolvimento sustentável e seu objetivo principal é promover o desenvolvimento técnico-operacional do setor de resíduos sólidos no Brasil.


Comprometida para o equacionamento das demandas decorrentes da gestão de resíduos, a ABRELPE desenvolve parcerias com poder público, iniciativa privada e instituições acadêmicas e, por meio de estudos, campanhas, eventos e premiações, busca conscientizar a sociedade para a correta gestão dos resíduos.


No contexto internacional, a ABRELPE é a representante no Brasil da ISWA – International Solid Waste Association e sede da Secretaria Regional para a América do Sul da IPLA (Parceria Internacional para desenvolvimento dos serviços de gestão de resíduos junto a autoridades locais), um programa reconhecido e mantido pela ONU através da UNCRD - Comissão das Nações Unidas para Desenvolvimento Regional. Além disso, a ABRELPE é integrante da Iniciativa para os Resíduos Sólidos Municipais da CCAC (em inglês, Climate and Clean Air Coalition), uma parceria internacional para o meio ambiente que atua em diversas frentes para redução de poluentes e no combate às mudanças climáticas.


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