Brasil registra pouca água de um lado, chuvas demais de outro

Data: 16/07/2015
Fonte: Itaipu


O Brasil vive um contraste hidrológico. Enquanto falta água numa parte do País, na outra está sobrando. O nível de armazenamento acumulado nos reservatórios da Região Sul, em consequência das chuvas históricas para o mês, continua em elevação, enquanto nas demais regiões encontra-se estável ou em queda.

No Sul, os reservatórios estão com 78,8% de armazenamento, enquanto no Sudeste/Centro-Oeste o nível é de 36,9%. No Nordeste, a situação é ainda pior: há apenas 24% de água armazenada. Já no Norte, a situação é inversa, com o armazenamento superando até mesmo o da Região Sul: 79,1%. O excesso de chuvas no Sul, a estiagem prolongada no Nordeste e as chuvas em pouca quantidade no Sudeste durante este inverno já eram previstas pela meteorologia. O efeito é provocado pelo fenômeno El Niño, quando ocorre o aquecimento acima do normal das águas do Oceano Pacífico, equatorial provocando alterações climáticas na América do Sul, principalmente.

Para o setor elétrico brasileiro, que atua de forma interligada, a boa situação dos reservatórios do Sul ajuda a compensar a falta de água nos reservatórios do Sudeste. É que a região, além de ser a maior consumidora de eletricidade do País, concentra também o maior número de usinas hidrelétricas, que hoje estão com reservatórios baixos. Os reservatórios do Sul, que está em boa situação hídrica, concentram apenas cerca de 10% da capacidade dos reservatórios das usinas do Sudeste, mesmo assim socorre parte do Sudeste com seu excedente.

A usina de Itaipu não entra nessa relação de armazenamento porque funciona a fio d´água, embora destine toda a sua geração do lado brasileiro para o Sul e/ou Sudeste/Centro-Oeste dependendo das condições energéticas destes sistemas.

Por ser a última do Rio Paraná, foi construída de forma a utilizar toda a água que chega ao reservatório, e mantém uma reserva mínima apenas para garantir a operacionalidade. Acima (ou a montante, na linguagem técnica) de Itaipu existem mais de 40 barragens, localizadas no Sudeste/Centro-Oeste.

Cheias no Paraná

O reflexo do excesso de chuvas no Sul tem provocado a cheia dos dois principais rios que cortam o Estado do Paraná, o Iguaçu e o Paraná. Como consequência, algumas hidrelétricas precisaram abrir seus reservatórios, como é o caso da usina de Itaipu que, nesta terça-feira, 14, atingiu novamente pico de vertimento.

Na madrugada, por volta das 2h, passaram pelo vertedouro da usina, localizada no Rio Paraná, 8.740 metros cúbicos de água por segundo. Embora a usina não esteja operando na ota máxima, começou a verter no final de semana para controlar o reservatório e minimizar enchentes a jusante (abaixo) da hidrelétrica.

A cota de operação normal da usina varia entre 219 e 220,50 metros acima do nível do mar. Itaipu que iniciou o vertimento em torno da cota 219,50 m já está trabalhando na cota 219,90 m. Com a medida preventiva, Itaipu controla a quantidade de água para a geração de energia elétrica e a que será escoada pelo vertedouro na tentativa de minimizar os impactos rio abaixo, utilizando o restante de sua capacidade de armazenamento para amortecer o pico da cheia. A expectativa é que no final da cheia o reservatório se eleve a sua capacidade máxima.

Rio Iguaçu
Nas Cataratas do Iguaçu, a vazão subiu em 24 horas de 4 mil metros cúbicos de água por segundo para 6 mil metros cúbicos de água por segundo.

Outras vazões
Na confluência dos rios Iguaçu e Paraná, no Marco das Três Fronteiras, logo abaixo das quedas, a vazão atingiu 20.480 metros cúbicos de água por segundo. A média para este mês é de
13 mil. Na região da Ponte da Amizade, que liga o Brasil ao Paraguai, o nível do rio atingiu 111 metros, dois acima do normal. A tendência é de mais chuvas e elevação do nível dos rios.

Prevenção
A comissão de cheia de Itaipu foi reativada desde segunda-feira, 13, e mantém os órgãos responsáveis informados sobre todas as medidas preventivas que devem ser adotadas em caso de inundações.

A Itaipu
Com 20 unidades geradoras e 14.000 MW de potência instalada, a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável, tendo produzido, desde 1984, mais de 2,2 bilhões de MWh. A hidrelétrica é responsável pelo abastecimento de cerca de 17% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 75% do Paraguai. Desde 2003, Itaipu tem como missão empresarial “gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico, sustentável, no Brasil e no Paraguai”. A empresa tem ainda como visão de futuro chegar a 2020 como “a geradora de energia limpa e renovável com o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional”.


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