Inovação e pioneirismo marcam parceria entre Sabesp e Finep

Data: 14/07/2015
Fonte: Sabesp

Contrato assinado entre o Governo de São Paulo e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação financiará projetos inéditos no setor de saneamento


Grau máximo de inovação! Essa foi a avaliação recebida pelos quatro projetos da Sabesp que compõem o contrato assinado pelo Governo de São Paulo e a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Firmado dia 3/julho, o contrato foi assinado no Palácio dos Bandeirantes, com a presença do governador, Geraldo Alckmin; do ministro Aldo Rebelo; do secretário de Saneamento e Recursos Hídricos, Benedito Braga; do presidente da Sabesp, Jerson Kelman; além de diretores e outros representantes da Empresa. A parceria é inédita no setor de saneamento e financiará projetos inovadores que vão ampliar a produção de água de reúso para indústrias e serviços, reduzir o odor do esgoto e melhorar a qualidade dos resíduos do tratamento.

As ações receberão um investimento total de R$ 60,3 milhões, sendo R$ 48,3 milhões da Finep e R$ 12 milhões em recursos próprios da Sabesp. Os projetos terão prazo de 30 meses para execução e avaliação de resultados.

Todos os projetos são inéditos no Brasil e um deles, inclusive, aguarda registro de patente. Tal inovação foi decisiva para a Sabesp obter os recursos da Finep e os benefícios da iniciativa são muitos. Além dos recursos praticamente subsidiados e taxas vantajosas de mercado, a parceria com a Finep funciona como uma espécie de selo de inovação para o mercado, sinalizando o pioneirismo da Sabesp no setor e abrindo caminho para vários outros projetos da empresa, a partir desta primeira experiência bem sucedida.

“É uma conquista para a Sabesp este selo. Quando conseguimos o grau máximo de inovação foi muito gratificante. Estamos concorrendo com empresas de iniciativa privada, grandes nomes do mercado e conquistamos este espaço. É mesmo uma sensação de dever cumprido.”
Cristina Knorich Zuffo -Gerente do Departamento de Prospecção Tecnológica e Propriedade Intelectual (TXP)

“A Finep é uma das mais respeitadas instituições de fomento do Brasil. A assinatura deste financiamento é um marco e representa um importante "selo de inovação", colocando a empresa em uma posição de destaque no cenário nacional. Este financiamento consolida a posição de vanguarda da Sabesp que já possui parceria com uma das mais respeitadas instituições de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) de São Paulo, a Fapesp. Os projetos inovadores associados a uma estrutura de PD&I imprimem credibilidade e são determinantes para importantes conquistas.
Edison Airoldi - Diretor de Tecnologia, Empreendimentos e Meio Ambiente

Quatro grandes ideias
Aumento da produção de água de reúso para a Grande SP
Voltado para o aumento da produção de água de reúso, o primeiro projeto tem dois diferenciais principais: a modularidade e a customização da água. Para tanto, a Sabesp adotou uma técnica de produção de água de reúso nas estações de tratamento de esgoto que utiliza equipamentos colocados em contêineres que poderão ser facilmente instalados ou transferidos de local, de acordo com a demanda. Basta apenas acoplar o equipamento à estação de tratamento e iniciar a produção da água de reúso
Com a aplicação de membranas ultrafiltrantes e módulos de troca iônica nas estações, o esgoto já tratado será transformado em água de reúso com a qualidade que o cliente quiser, customizando assim o produto.
O investimento será de R$ 41,87 milhões para a instalação de dez contêineres, cada um com capacidade para produzir 20 litros por segundo. Os primeiros serão colocados na estação de tratamento de esgoto Parque Novo Mundo, na zona norte de São Paulo.



Uso da casca de coco para eliminar o mau cheiro do esgoto
Casca de coco, brita e turfa dentro de um contêiner. Essa solução simples e inovadora é a novidade criada pela Sabesp para eliminar o mau cheiro do esgoto nas estações de bombeamento e de tratamento de esgotos. Isso porque, dentro do equipamento, bactérias transformam o gás sulfídrico (um dos principais responsáveis pelo forte odor) em outros gases sem cheiro.
A iniciativa vem sendo testada desde 2013 em um protótipo instalado na estação de tratamento de esgoto (ETE) São Miguel, na zona leste de São Paulo. O resultado foi excelente: os vizinhos da estação pararam de conviver com o mau cheiro; a manutenção do equipamento foi mínima, com uma vistoria a cada 15 dias; não houve uso de produtos químicos nem geração de resíduos tóxicos, apenas o borrifamento de água para manter o ambiente úmido, o que favorece o trabalho das bactérias. A solução utiliza produtos de fácil obtenção, como a casca de coco, ao contrário de outras alternativas existentes que, além de caras, apresentam corrosão rápida e utilizam produtos químicos.
O sucesso do protótipo, atualmente em operação na cidade de Campos do Jordão, fez a Sabesp pedir o registro de patente para a tecnologia. Com o financiamento da Finep, de R$ 7,1 milhões, outros contêineres de grande porte serão instalados em duas das mais importantes estações de bombeamento de esgoto da capital: a Pinheiros, que fica dentro da sede da Sabesp, e a Pomar, ao lado da estação Vila Olímpia da CPTM, da ciclovia da Marginal Pinheiros e da Avenida dos Bandeirantes.


Gaseificacão dos resíduos de ETEs e produção de energia
O processo de tratamento do esgoto tem três produtos finais. Um é o chamado efluente, que nada mais é do que um líquido despoluído, que pode ser devolvido aos rios. O segundo é um gás. O outro é o lodo, um composto que reúne as impurezas removidas e que ainda possui muita água. Esse lodo passa hoje por um processo de secagem e depois é enviado para um aterro sanitário, gerando gastos com transporte e pagamento pelo depósito do material.
A Sabesp criou um projeto para eliminar o lodo: vai superaquecê-lo com o uso de plasma, a mais de 1400ºC. Com isso, quase todo o composto será transformado em gases não poluentes. Apenas 2% do volume inicial continuará sólido, porém transformado em um produto inerte, uma espécie de cascalho vitrificado, que poderá ser usado na construção civil, na preparação do asfalto ou de calçadas e até na indústria de cerâmica.
Para fazer essa transformação, a Sabesp utilizará um equipamento chamado `tocha de plasma` que se assemelha a um propulsor de foguete e que foi desenvolvida por pesquisadores brasileiros ligados à industria aeronáutica. A máquina será instalada na ETE Barueri, a maior da América Latina, e vai eliminar inicialmente 15 toneladas de lodo por dia. Os gases produzidos pelo aquecimento do lodo serão utilizados inclusive para gerar a energia elétrica necessária para acionar as tochas de plasma ou para mover motores da própria estação. O investimento será de R$ 10,35 milhões e será uma solução inovadora para grandes unidades de tratamento de esgoto, como as existentes na Grande São Paulo.


Uso da luz solar para secar o lodo de esgoto
Para diminuir ainda mais o impacto ambiental, a luz solar será outro recurso da Sabesp para reduzir o lodo gerado. O alvo, desta vez, serão as estações de menor volume. Para isso, a Sabesp já montou uma estrutura na ETE de Franca, no interior paulista. Lá, o lodo será colocado em uma espécie de estufa para secagem e uma máquina fará o trabalho de revirá-lo de tempos em tempos, fazendo com que fique exposto ao sol.
Hoje, a ETE produz 60 toneladas de lodo por dia e 80% contém umidade. A estimativa é que isso caia para 17 toneladas por dia, com 30% de umidade. Ou seja, um volume muito menor de resíduos para ser transportado até o aterro sanitário.
Outra vantagem: o investimento será de R$ 1,02 milhão, mas a economia estimada com o transporte do lodo e o pagamento do aterro sanitário será de R$ 580 mil. Fazendo uma conta rápida, em menos de dois anos o investimento estará pago!





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