Edição nº: 144
Ano: 1986
Experimento-piloto da lagoa de aguapé para tratamento de esgoto bruto
Autores:
Ribeiro, Márcio Duarte; Kawai, Hideo; Tínel, Paulo Roberto; Rossetto, Renato
Resumo:
Com o objetivo de investigar a viabilidade de utilização da lagoa de aguapé para tratamento em níve1 primário (tratamento de esgoto bruto), foram efetuados experimentos-piloto na ETE Cambuí em Campinas. Foram escavadas em terra duas lagoas, cada uma com uma profundidade de 0,6m e área de 200m2. Utilizou-se, também, um tanque de alvenaria existente na estação o qual foi adaptado para funcionar como lagoa anaeróbia. O primeiro levantamento realizado no período de outubro e novembro de 1984 teve por objetivo o estudo comparativo em termos de tratabilidade dos sistemas constituídos por lagoa anaeróbia — lagoa de aguapé e lagoa de aguapé unicelular; no segundo levantamento, realizado no período de dezembro de 1984 a agosto de 1985, foi um estudo comparativo de duas lagoas, uma com aguapé e outra sem aguapé. Os principais resultados e observações obtidas no presente estudo foram os seguintes: a) O aguapé atua positivamente na remoção da DBO em lagoas com baixa profundidade, graças à ação do sistema de raízes; b) essa vantagem da lagoa de aguapé, no entanto, torna-se desprezível ao ser comparada com a lagoa anaeróbia convencional; c) a capacidade de remoção de nutrientes da lagoa de aguapé é bastante limitada; d) verificou-se o acúmulo de 10 a 15 cm de lodo durante os dez meses de operação experimental, o que pode diminuir a capacidade hidráulica e, consequentemente, a capacidade estabilizadora da lagoa de aguapé; e) além dos parâmetros de funcionamento considerou-se importante dirimir previamente alguns problemas operacionais para implantação prática do sistema em estudo, como, por exemplo, a proliferação de pernilongos, remoção e disposição de aguapé, possíveis infestações por agentes transmissores de doenças etc.