Ano: 1982
Martins, Antonio; Andreatta, Zulney Walter; Fujimura, Fernando; Lima Sobrinho, Rui Barbas e
Das necessidades de reservação de água potável na Região Metropolitana de São Paulo, R.M.S.P., com uma população da ordem de 13,5 milhões de habitantes em 1982, onde a disponibilidade de áreas adequadas para ampliação ou implantação de novas unidades, cada vez mais é restringida, seja fisicamente ou ainda devido ao alto custo do solo urbano, surge uma solução alternativa, levando em conta principalmente as condicionantes técnicas, econômicas e financeiras a que estão e estarão sujeitas a execução de reservatórios convencionais. Referido a um problema específico, representado pela ampliação da capacidade de reservação junto à Estação de Tratamento do Guaraú (máxima produção nominal de 33m3/s), onde as condicionantes topográficas dificultavam a execução de reservatórios convencionais, a solução encontrada consiste na implantação de uma rede de túneis escavados em rocha granítica, exatamente sob a elevação topográfica que restringia os espaços disponíveis para ampliação das unidades de reservação anteriormente previstas. Os índices de custos por metro cúbico armazenado resultaram em reduções totais da ordem de 57 por cento nos custos das obras civis, em comparação com unidades de mesmas capacidades executadas em concreto armado. A possibilidade de reservar-se grandes volumes a custos sensivelmente inferiores levou inclusive à revisão nos conceitos de reservação anteriormente admitidos com relação ao Centro Produtor Guaraú, criando-se novo conceito de reservação integrada, aplicável ao sistema de abastecimento de água da Região Metropolitana de São Paulo. Tal conceito, projetado até os horizontes do ano 2000, quando a demanda média diária na RMSP atingirá cerca de 105 m3/s implicando volumes armazenados superiores a 3,5 milhões de metros cúbicos, abastecendo uma população de 22,5 milhões de habitantes, introduz novas alternativas para a reservação setorial, permitindo inclusive a ilberação ou destinação a outros usos de áreas previstas para ampliação ou implantação de novas unidades, mediante a execução de grandes reservatórios regionais escavados em rocha. A utilização de reservatórios escavados em rocha apresenta uma série de vantagens sobre as unidades convencionais executadas em concreto armado, principalmente tangentes a custos; facilidades de execução; maximização de volumes armazenados, aproveitamento de áreas topograficamente acidentadas; preservação de equipamentos urbanos; geração de recursos com a comercialização do material escavado, entre outras.
